Rotação de stock: o que é e como afeta as operações de um armazém?

Rotação de stock: o que é e como afeta a gestão do armazém?

A gestão de stocks e de inventários constitui uma das componentes críticas para o sucesso de qualquer empresa. Afinal, esta dimensão exerce um peso financeiro significativo e pode impactar a rentabilidade das organizações. Ao mesmo tempo, uma falha na gestão de stocks pode causar problemas operacionais e, em última instância, conduzir à perda de vendas e de clientes. Desse modo, e para evitar estas situações, as corporações analisam diversos indicadores, como a rotação de stock, para aferir os níveis de eficiência e detetar potenciais melhorias no controlo dos inventários.

Descubra, então, como calcular a rotatividade dos stocks.

O que é a rotação de stock e qual é a sua importância?

A rotação de stockrefere-se ao período decorrido entre a aquisição de um produto por uma empresa e o momento da sua venda.

Portanto, num armazém, alguns produtos podem permanecer durante meses parados, nas prateleiras, enquanto outros carecem de reposição múltiplas vezes por semana. Perceber qual é a rotação de stockhabitual revela-se fulcral para apurar quais são os artigos mais vendidos e aqueles com menor procura, que ocupam espaço desnecessariamente.

Desse modo, este indicador influencia a atividade de uma organização em múltiplas dimensões: desde a definição da política de gestão de stocks e de precificação dos produtos, passando pela calendarização de campanhas promocionais (para escoar os artigos com mais tempo de permanência em armazém), até ao relacionamento de uma empresa com os seus fornecedores.

Como se calcula a taxa de rotação de stock?

A rotação de stock, ao nível macro,mede-se através de um key performance indicator (KPI) específico: a taxa de rotação de stock (em inglês, inventory turnover ratio). A sua fórmula de cálculo é apurada do seguinte modo, a saber:

Taxa de rotação de stock = Custos de posse dos artigos vendidos / Inventário ou stock médio

Assim, para calcular a taxa de rotação ou de rotatividade dos stocks, uma organização deverá seguir os seguintes passos:

  • Definir um período (por exemplo, 1 ano) relativamente ao qual será calculada a rotatividade do inventário;
  • Determinar quais serão os custos de posse totais associados aos produtos vendidos, no período escolhido;
  • Apurar qual é o stock médio, ou seja, o valor dos produtos habitualmente em armazém, no período definido.

Ao dividir os custos totais de posse dos artigos vendidos pelo stock médio, consegue-se obter a taxa de rotação. Analisemos, então, o seguinte exemplo:

Caso Prático

Imaginemos o caso de uma empresa que, no primeiro semestre do ano, suportou um custo de produtos de 45 mil euros, tendo apurado um stock médio de 15 mil euros. Nesta situação, a taxa de rotação de stockserá de 3 (45 mil euros / 15 mil euros = 3). Ou seja, durante o semestre estudado, a organização renovou o seu stock três vezes.

Todavia, como podemos interpretar os resultados? Pois bem, taxas de rotação de stock mais altas revelam-se sinais de elevado dinamismo nas transações, pois os produtos são repostos, frequentemente, em armazém.

No entanto, se este indicador for demasiado elevado, poderão surgir desafios acrescidos para as empresas. Afinal, este pode revelar dificuldades na compra de stocks suficientes para acompanhar o crescimento das vendas. Neste caso, o risco de existir uma rutura de stocks torna-se mais real.

Por outro lado, taxas de rotação mais baixas refletem, tipicamente, uma quebra da procura ou vendas pouco dinâmicas, tornando-se sinais de alerta para as corporações. Demonstram que os produtos permanecem, durante demasiado tempo, parados, em armazém, sem renovação frequente, arriscando tornarem-se obsoletos.

Numa visão mais detalhada deste indicador, este pode ser calculado ao nível de cada produto. Desta forma, para um determinado período de tempo, a taxa de rotação de stock de um artigo pode ser calculada através da divisão do total de vendas pelo stock médio no período identificado, ou dividindo a procura desse artigo no espaço temporal analisado, pelo stock médio desse artigo no mesmo período.

Com base nesta informação, a alocação dos produtos no armazém pode agora seguir o critério da Análise ABC, onde:

  • Os artigos A (fast-moving products) podem ser alocadas nas zonas sujeitas a menos movimentação de recursos.
  • Os artigos B podem se realocados em zonas intermédias.
  • Os artigos C (slow-moving products) podem ser realocadas nas zonas menos movimentadas, que exigem maior movimentação de recursos.

Sendo assim, qual será o valor ideal para a taxa de rotação de stocks? A resposta, decerto, não é linear, pois dependerá sempre do setor em que a empresa opera. Por exemplo, organizações inseridas na área dos produtos alimentares apresentam, habitualmente, índices de rotatividade mais elevados. Pelo contrário, as marcas de artigos de luxo, como vendem poucas unidades por ano e trabalham com períodos de produção prolongados, apresentam uma rotatividade mais baixa, nos seus stocks.

Como otimizar a gestão dos inventários e a rotação de stock?

Tal como supramencionado, a velocidade de reposição dos produtos num armazém influi, diretamente, em diversos departamentos da empresa — desde o financeiro, até ao de marketing. Contudo, mesmo dentro do armazém, a rotatividade dos artigos revela-se um aspeto fundamental para assegurar o bom funcionamento das operações.

O próprio modelo de layout do armazém determina-se em função da rotatividade dos artigos. Nesse sentido, recorde-se que as empresas com uma grande velocidade de reposição de produtos precisam de armazéns especialmente configurados para facilitar a movimentação dos fluxos de trabalho e tornar as operações mais ágeis.

As organizações interessadas em melhorar os níveis de rotação de stocks e otimizar a gestão dos seus inventários poderão consegui-lo implementando algumas medidas, tais como:

Compare o desempenho da sua empresa com o de outras da mesma dimensão e no mesmo setor de atividade

As suas taxas de rotação de stockestão alinhadas com as da concorrência? Identifica alguma nova tendência, a partir da análise dos seus inventários, que possa apoiar a sua corporação na conquista de quota de mercado? Estas são, por exemplo, algumas das questões a ponderar.

Recorra à tecnologia para automatizar processos e melhorar as previsões de procura

O desenvolvimento de novas e mais avançadas soluções tecnológicas, aplicáveis à gestão de inventários e de armazéns, permite às equipas automatizar operações, agilizar as ordens de encomenda e a reposição de produtos. Ao mesmo tempo, estas ferramentas auxiliam os gestores na determinação, com maior rigor, da evolução da procura de artigos específicos. Desse modo, conseguirá prever e gerir melhor a rotação de stock.

Analise e escolha os seus fornecedores, sem considerar apenas o fator “preço”

No momento de negociação de um contrato com os fornecedores, o custo é, sem dúvida, uma das variáveis essenciais a ter em conta. No entanto, optar por um fornecedor apenas porque este apresenta um preço reduzido pode não ser a melhor estratégia. Se esses produtos forem cruciais para as vendas da organização, poderá revelar-se mais importante, por exemplo, garantir que o fornecedor consegue assegurar a entrega dos artigos desejados, na quantidade necessária, com a qualidade ambicionada e no tempo estipulado.

Se procura um parceiro para o apoiar na gestão de inventários, contacte a Rangel. Dispomos de um conjunto de soluções e de uma equipa especializada para auxiliá-lo na implementação de uma estratégia de armazenamento otimizada e adequada às necessidades do seu negócio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Oracle Netsuite. “Inventory turnover ratio defined: formula, tips and examples”. Acedido a 8 de dezembro de 2022.
https://www.netsuite.com/portal/home.shtml
Holded. “Stock rotation: what is it and how to calculate it?”. Acedido a 8 de dezembro de 2022.
https://www.holded.com/blog/stock-rotation-what-is-it-and-how-to-calculate
Interlake Mecalux. “Stock turnover: what is it and how does it affect your warehouse?”. Acedido a 8 de dezembro de 2022.
https://www.interlakemecalux.com/blog
Logiwa. “Inventory turnover ratio impact on warehouse management”. Acedido a 8 de dezembro de 2022.
https://www.logiwa.com/blog