Como otimizar as operações dock to stock?

Como otimizar as operações dock to stock em armazém?

O dock to stock é a primeira etapa, de natureza física, que ocorre nas Operações, depois de terminado todo o processo de análise, estudo e definição dos métodos de trabalho de uma determinada Operação Logística.

A receção de mercadorias no Armazem, incluem as movimentações das mercadorias entre o cais de receção e a alocação das mesmas, nos locais definidos para o seu Armazenamento (cross docking, estantes ou prateleiras)

Esta é uma das fases mais importantes e críticas que marca o compasso da evolução das restantes operações desenvolvidas num típico armazém ou centro de distribuição. Por conseguinte, uma falha ou um atraso nesta etapa pode colocar em risco o bom funcionamento dos restantes elos da supply chain. Conheça com mais detalhe as operações dock to stock e saiba como otimizá-las.

Como funcionam as operações dock to stock?

A etapa dock to stock envolve a realização de um conjunto diverso de operações, entre as quais sobressaem:

Receção de mercadorias

Após a receção dos camiões aos cais de descarga, as equipas de receção, iniciam o processo.

Antes da abertura das portas do camiões, verificam se o numero do selo, corresponde ao numero indicado nos documentos. Estando tudo conforme, dão inicio à descarga das mercadorias, recorrendo para esse efeito a equipamentos de descarga devidamente definidos. As mercadorias são então colocadas no solo, na chamada zona de staging.

Inspeção dos produtos

A fase seguinte refere-se à inspeção dos artigos. A conferencia da mercadoria – conferir se a mercadoria recebida está em conformidade com a nota de encomenda – em quantidade e qualidade.

Entre outros aspetos, a equipa analisa as quantidades recebidas, a integridade dos selos dos produtos, bem como o estado das embalagens e os seus códigos.

Qualquer discrepância, deverá de ser regista em documento próprio, devendo de ser registado também no documento de transporte a anomalia detetada. Deverá também de ser elaborado um relatório de descarga, incluindo a anexação de um registo fotográfico do estado das mercadorias rececionadas.

Atualização no sistema dos níveis de stock

Conferidas as mercadorias, é altura de dar entrada no WMS, das quantidades rececionadas. Este passo é crucial para que o controlo das existências, corresponda a 100%, com  q quantidade recebida. Os stocks reais em armazém, têm de ser exatamente iguais aos stocks contabilizados no sistema.

Dessa forma, evitam-se problemas como desvios no inventário e acima de tudo evitam-se rutura de produtos.

Armazenamento

Por fim, os artigos são armazenados de acordo, com as unidades de movimentação previamente definidas – unidades, caixas, paletes, etc.

Os diferentes artigos, são alocados no Armazem, consoante a tipologia do produto – taxa de rotação, volume/dimensão e peso e requisitos específicos de armazenamento (ex: temperatura controlada).

Qual a importância das operações dock to stock?

Esta etapa é de tal forma relevante para o funcionamento das operações logísticas de um armazém que a sua performance constitui um dos mais relevantes indicadores de desempenho logístico de uma empresa.

O SLA, do dock to stock time mede o tempo decorrido desde o início da descarga das mercadorias até ao momento em que os produtos são armazenados e validados no local de armazenagem definido, ficando disponíveis para a próxima etapa.

Quanto menor for este indicador, melhor. Afinal, se estas operações demorarem muito tempo, as mercadorias ficam imóveis e indisponíveis para venda durante períodos mais prolongados.

Por conseguinte, um tempo inferior neste tipo de processos é um sinal de maior produtividade e eficiência das operações logísticas em armazém. Além disso, promove uma melhor utilização do espaço disponível em armazém e permite a redução dos custos de mão de obra.

Mas qual é a duração ideal das operações dock to stock? Pois bem, este indicador varia muito consoante as necessidades de cada empresa, o setor de atividade em que está inserida, o volume de mercadorias processadas diariamente, o nível de complexidade da conferencia da mercadoria, o tipo de reporte definido com o Cliente e também o nível de automatização dos armazéns ou centros de distribuição.

Efetivamente, enquanto alguns armazéns mais avançados têm processos dock to stock com uma duração média entre duas a oito horas, as empresas de pequena e média dimensão demoram entre 24 e 72 horas.

Como otimizar as operações dock to stock?

Reduzir as movimentações em armazém, eliminar a documentação em papel e minimizar as necessidades de manuseamento das mercadorias. Estes são os três fatores-chave para as empresas conseguirem otimizar as operações dock to stock.

O objetivo é reduzir o tempo necessário para a realização destas operações, mas também diminuir a probabilidade de erros e desconformidades nesta etapa.

Nesse sentido, salientamos algumas estratégias para atingir estes propósitos:

Analisar o layout do armazém

É importante avaliar a disposição física para perceber o que pode ser melhorado para facilitar a celeridade das operações dock to stock.

Por exemplo: os cais de descarga estão bem dimensionados para as necessidades da empresa? Ou frequentemente existem congestionamentos e os camiões têm de esperar para descarregar? A área de staging é adequada e está bem organizada? Os seus colaboradores têm os equipamentos necessários para fazer a descarga e a avaliação da mercadoria rapidamente?

Definir protocolos com os fornecedores

Para evitar desconformidades e outros erros na receção de mercadorias, é igualmente aconselhável estabelecer um protocolo de atuação com os fornecedores. Desse modo, ficam definidos aspetos como: as pessoas de contacto, as tecnologias e os formatos usados para a troca de dados e comunicações, as especificações das embalagens e da etiquetagem, os processos para as entregas ou as condições para a devolução de mercadorias.

Planear as chegadas aos armazéns

Muitos problemas são evitáveis nesta etapa do ciclo logístico se as empresas planearem com antecedência os slots de  chegada dos camiões e a receção das mercadorias. Podem fazê-lo, por exemplo, através do recurso ao advance shipping notice (ASN) – notificações de remessa antecipada.

Estes avisos eletrónicos, via EDI (Electronic Data Interchange), especificam os detalhes das mercadorias enviadas, bem como as condições acordadas. Habitualmente, estas mensagens contemplam informações como as quantidades, o peso, a data prevista da entrega, os códigos das caixas/paletes, indicação da transportadora, entre outros.

Em resumo, estes avisos ajudam as empresas a agilizar o processo de receção de mercadorias, a planear melhor o espaço disponível, a otimizar os recursos técnicos e humanos e a facilitar a confirmação das mercadorias.

Recorrer à tecnologia e automatizar processos

Privilegie a utilização de equipamentos – como as plataformas de descarga automática e os leitores de códigos de barras – que facilitam a automatização de tarefas nas operações de dock to stock. Ao mesmo tempo, socorra-se das tecnologias adequadas – caso dos sistemas WMS – para melhorar o desempenho destas operações, acelerar a gestão da informação e minimizar a probabilidade de erros causados pela inserção manual de dados.

Ponderar a estratégia cross docking

Outra solução passa pela implementação, quando possível, de uma estratégia de cross docking. De acordo com este modelo, as mercadorias são rapidamente dirigidas para a zona de expedição, após receção, sem necessidade de armazenamento. Dessa forma, a empresa poupa tempo e recursos em operações de armazenagem dispensáveis.

Uma vez que as ineficiências dos processos dock to stock comprometem o bom funcionamento das restantes operações em armazém, é fundamental fazer um levantamento dos aspetos que podem ser melhorados. Se tem dúvidas sobre este tema, contacte a Rangel. O grupo dispõe de um conjunto alargado de serviços de armazenagem capacitados para ajudar o seu negócio a ser mais eficiente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Fulfillment and Distribution. “Dock to stock process: savvy methods to maximize speed”. Acedido a 24 de novembro de 2023.
https://fulfillmentanddistribution.com/dock-to-stock-process/
F. Curtis Barry & Company. “Dock to stock: 10 efficiency ideas”. Acedido a 24 de novembro de 2023.
https://www.fcbco.com/blog/dock-to-stock-efficiency-ideas
Multi Channel Merchant. “Assessing your dock to stock efficiency”. Acedido a 24 de novembro de 2023.
https://multichannelmerchant.com/operations/assessing-your-dock-to-stock-efficiency/
Shipwire. “Dock to stock: successful inbound logistics”. Acedido a 24 de novembro de 2023.
https://www.shipwire.com/blog/dock-to-stock-successful-inbound-logistics/
Mecalux. “Dock to stock: a eficiência começa no cais de carga do armazém”. Acedido a 24 de novembro de 2023.
https://www.mecalux.pt/blog/dock-to-stock