Para que serve o benchmarking logístico e como o adotar?

Todos os dias surgem novas tendências e tecnologias inovadoras, obrigando, então, as empresas a uma permanente atualização de processos. Sem esta busca contínua pela melhoria, certamente, as organizações perderiam quota de mercado, competitividade e eficiência. Neste contexto fortemente concorrencial, o benchmarking logístico emerge, assim, como um instrumento crucial para monitorizar as operações logísticas e implementar aperfeiçoamentos na supply chain.

Neste artigo, apresentaremos as vantagens do benchmarking logístico e alguns conselhos para a sua implementação.

Qual é a utilidade do benchmarking logístico?

O benchmarking logístico não constitui uma metodologia nova. Aliás, trata-se de uma ferramenta utilizada há décadas nas empresas para perceber se o desempenho das suas operações logísticas está alinhado com a performance do setor e dos principais concorrentes.

Contudo, graças aos avanços em softwares e big data, hoje, poderá ter acesso a métricas mais fiáveis, assegurando um benchmarking logístico preciso e detalhado.

Mas, afinal, como se define “benchmarking logístico”? Este conceito refere-se, pois, ao processo de medição e comparação de indicadores de desempenho das operações logísticas — da gestão de inventários e stocks, passando pelo armazenamento e pelo transporte, até ao atendimento ao cliente — com as melhores práticas do setor ou da concorrência.

Portanto, através deste confronto de dados, a empresa consegue identificar eventuais problemas que prejudicam o bom funcionamento das operações logísticas, corrigindo-os posteriormente.

Além disso, importa salientar que esta metodologia pode envolver diferentes dimensões. Por exemplo, uma organização pode adotar um benchmarking interno, comparando indicadores de performance entre diversos departamentos ou várias divisões.

Desse modo, uma empresa com múltiplos armazéns espalhados pelo país poderá adotar o modelo de benchmarking interno para avaliar e comparar o desempenho das suas unidades. Ademais, pode desejar implementar um sistema de voice picking, mas pretender comparar previamente o seu desempenho com um método de picking tradicional. Nesse caso, implementando voice picking em apenas alguns produtos e adotando um benchmarking interno, a organização conseguirá, decerto, aferir as vantagens do novo método.

Por outro lado, no benchmarking externo, o objetivo consiste em comparar o desempenho da organização com outras empresas do mesmo setor.

Os principais benefícios do benchmarking logístico

Estas metodologias constituem, sem dúvida, pontos de partida vitais para ajudar as empresas a delinearem estratégias de otimização da gestão da cadeia de abastecimento. Entre as principais vantagens da adoção deste método destacam-se factos como, por exemplo:

  • Proporciona às equipas de gestão um conjunto de dados para identificarem as necessidades e as prioridades estratégicas da empresa. Em suma, o benchmarking logístico facilita o processo de tomada de decisão.
  • Permite detetar ineficiências nas várias etapas logísticas. Por conseguinte, as organizações reduzem custos e asseguram um melhor desempenho financeiro.
  • Impulsiona o aperfeiçoamento dos processos logísticos, tornando a empresa mais ágil e eficiente, para corresponder às expectativas dos clientes. Além disso, promove um movimento de contínua aprendizagem e adaptação perante as mudanças do mercado.

5 passos para implementar um benchmarking logístico

Se pretende adotar um benchmarking logístico na sua empresa, então lembre-se de:

1. Determinar os processos e as operações a focar na avaliação

O benchmarking logístico não tem, necessariamente, de abarcar todos os processos logísticos da organização. Aliás, poderá utilizar-se apenas na avaliação das operações de uma etapa específica.

Assim, o benchmarking logístico pode, por exemplo, medir a eficiência das operações em armazém, focar-se na análise dos custos de transporte de mercadorias ou avaliar a gestão de inventários.

Portanto, o primeiro passo será identificar os principais objetivos a alcançar com o benchmarking logístico, delimitando o foco da análise e definindo um plano de implementação. Nesta fase, deverá ainda selecionar a equipa de trabalho responsável pela recolha e pelo tratamento das informações.

2. Definir osKPIadequados

Existem múltiplas métricas disponíveis para avaliar o desempenho das operações logísticas. Todavia, deverá selecionar os Key Performance Indicators (KPI) adequados para obter os melhores insights no seu negócio. Entre os indicadores mais comuns, constam, então:

  • Gestão de inventários —algumas métricas essenciais nesta etapa consistem na inventory accuracy (averigua a existência de eventuais discrepâncias entre o stock reale o stock contabilizado no sistema) e no inventory turnover ratio (afere a taxa de rotação de stock e a velocidade das vendas);
  • Atividade em armazém — tendo em consideração a multiplicidade de operações num armazém, naturalmente, existem múltiplos KPI importantes. Por exemplo, a warehouse capacity determina a percentagem de espaço disponível em armazém. Já o order cycle time avalia o tempo necessário para processar uma encomenda, da receção do pedido à entrega ao cliente final;
  • Transporte de mercadorias — o tempo em trânsito, os custos de transporte por unidade e on time delivery (percentagem dos pedidos entregues dentro do prazo estipulado) avaliam a eficiência e os custos das operações de transporte.

Os sistemas internos da empresa — como, por exemplo, Enterprise Resource Planning (ERP), Warehouse Management System (WMS) e Transportation Management System (TMS) — recolhem dados para estes indicadores.

3. Identificar as empresas e os setores a comparar

Para a realização do benchmarking logístico externo, deverá escolher não só os KPI mais adequados, mas também as empresas com as quais deseja comparar os resultados obtidos. No entanto, como poderá aceder a esses dados?

Empresas concorrentes raramente partilham os seus dados confidenciais. Portanto, terá de obter a informação necessária para o benchmarking logístico por outras vias.

A alternativa será, então, procurar indicadores de performancedo setor no qual a organização se insere, acompanhando as melhores práticas do mercado. Encontrará estas informações em:

  • Relatórios e estudos de mercado sobre o setor logístico, publicados por consultoras, associações ou concorrentes;
  • Contactos com os principais fornecedores, clientes e parceiros logísticos;
  • Pedidos de colaboração com associações empresariais.

4. Analisar e comparar os dados

Após recolher os dados internos e externos necessários para o benchmarking logístico, chega o momento de analisar a informação e compará-la. Desse modo, conseguirá detetar desfasamentos na performance e identificar oportunidades de melhoria.

5. Implementar melhorias

Identificadas as ineficiências e as operações logísticas a aperfeiçoar, as empresas deverão definir um plano de ação para implementar melhorias.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DFreight. “Mastering logistics benchmarking: a comprehensive guide to drive performance and continuous improvement”. Acedido a 19 de outubro de 2023.
https://dfreight.org/blog/logistics-benchmarking-a-comprehensive-guide/
Conference Board Asia-Pacific Supply Chain Council. “Supply chain benchmarking: process and methodology”. Acedido a 19 de outubro de 2023.
https://www.conference-board.org/pdf_free/councils/TCBCP021.pdf
Mecalux. “Benchmarking logístico: uma estratégia fundamental para a melhoria contínua de processos”. Acedido a 19 de outubro de 2023.
https://www.mecalux.pt/blog/benchmarking-logistico