Entrevista Jornal Económico a Nuno Rangel

25 Nov 2022
Entrevista Jornal Económico a Nuno Rangel
Em entrevista ao Jornal Económico, Nuno Rangel, CEO da Rangel Logistics Solutions partilhou a sua perspetiva sobre as necessidades que as empresas têm para ser mais competitivas no exterior.
Confira abaixo o testemunho.

"Para atuar e ter sucesso nos mercados externos é necessário um bom planeamento estratégico e uma boa definição do modelo competitivo face aos mercados
onde decidimos atuar. O mundo é cada vez mais pequeno e qualquer empresa ambiciosa deve equacionar o potencial do seu negócio de ser escalado a uma dimensão global, seja através da internacionalização, seja da exportação. Em ambos os cenários um dos pontos principais está em encontrar talento, e apostar nos
recursos humanos, porque são as pessoas que fazem a diferença.

Importante haver incentivos na ajuda a manter os melhores recursos humanos e mais bem preparados em Portugal e ajudar a captar talento estrangeiro. Em simultâneo a inovação e digitalização são também absolutamente essencial no sucesso das empresas e no salto significativo na sua produtividade, sendo crítico aumentarmos a produtividade dos nossos recursos humanos. A competitividade de uma empresa pode e deve ainda ser ajudada por medidas e apoios do Estado. Às empresas que se internacionalizam e que têm uma grande % das suas receitas nas exportações é necessário aliviar a carga fiscal, incentivando mais investimento e a sua capitalização.

Importante também disponibilizar linhas de crédito competitivas para ajudar as empresas que exportam, quer bens ou serviços. O claro caminho das empresas
portuguesas deve ser apostar nas exportações, pois tem-nos mostrado que são essenciais para o sucesso das nossas empresas e do nosso país. Um indicador que
devemos seguir por perto é o peso das exportações no PIB nacional.

As exportações portuguesas em 2021 tiveram um peso no PIB de 42%, e no primeiro semestre de 2022 o peso é de 49%. Há 15 anos, o peso das exportações no
PIB era de 31%. Podemos assim dizer que temos feito um caminho positivo, dando cada vez mais relevo às exportações portuguesas, mas ainda não é
suficiente. Temos de ser mais ambiciosos e devíamos colocar como meta mínima o peso das exportações no PIB nacional acima dos 60%."