Impactos do COVID-19 nos Estados Unidos da América

Conheça os impactos do COVID-19 nos Estados Unidos da América e as medidas de apoio que estão a ser tomadas



MEDIDAS GOVERNAMENTAIS DE RELANÇAMENTO ECONÓMICO E APOIO ÀS EMPRESAS

Até à data o governo americano já implementou 4 programas de apoio e estímulo à economia americana:

  • Fase 1, HR 6074
- Coronavirus Preparedness and Response Supplemental Appropriations Act

- foi promulgada no dia 6 de março e contempla USD 8,3 mil milhões em financiamento de emergência para autoridades que já se encontravam no combate de contenção da propagação do coronavírus e aloca 3 mil milhões para investigação de vacinas.

  • Fase 2, HR 6201
– Families First Coronavirus Response Act

– foi promulgada no dia 18 de março e contempla US$ 192 mil milhões para financiar licenças médicas pagas, testes gratuitos de coronavírus, assistência alimentar ampliada, benefícios adicionais aos fundos de desemprego e fundos para que os empregadores forneçam proteção adicional para os profissionais de saúde.

  • Fase 3, HR 758 – Cares Act
– assinada a 27 de março no valor de US 2,2 biliões de dólares ($2.2 trillion), representa um pacote de ajuda económico ainda mais forte do que aplicado na crise de 2008. Alguns dos componentes deste plano: 250 Mil milhões de dólares para pagamento ao individuais e famílias

- Pagamentos em dinheiro até 1.200 dólares para indivíduos, 2.400 dólares para casais e 500 dólares por filho, reduzidos se um indivíduo ganhar mais de 75 mil ou um casal ganhar mais de 150 mil dólares. Quem ganhar mais de 99 mil dólares ao ano não terá direito a este subsídio; 350 Mil milhões de dólares para empréstimos a pequenas empresas

- Fundo de 350 mil milhões para pequenas empresas para mitigar demissões e apoiar a folha de pagamento; 500 Mil milhões de dólares para Indústria

– Disponíveis para o Departamento do Tesouro para fazer empréstimos, garantias e investimentos para ou em indústrias danificadas pela pandemia. Requer que os recebedores de empréstimos não comprem ações de volta durante o prazo de vencimento do empréstimo e que os executivos ou funcionários que faturaram mais de USD 425.000 em 2019 não obtenham aumentos pelos próximos dois anos. Requer ainda planos de saúde em grupo e provedores de seguros para cobrir, sem compartilhamento de custos, qualquer serviço preventivo do coronavírus, bem com um crédito fiscal mediante a retenção de funcionários; 240 Mil milhões de dólares para assistência médica; 75 Mil milhões em ajuda a hospitais; 20 Mil milhões em cuidados de saúde para veteranos; 20 Mil milhões para alívio emergencial de transporte público; 10 Mil milhões para assistência em aeroportos; 4,5 Mil milhões para os Centros de Controle e Prevenção de Doença; Auxílio de 50 mil milhões para companhias aéreas na forma de empréstimos ou doações e outros USD 8 mil milhões para transportadoras de carga; Auxílio de 17 mil milhões para "negócios não especificados críticos para manter a segurança nacional”; 250 Mil milhões de dólares para reforçar o fundo desemprego

- Reforçar os fundos de desemprego, que poderia potencialmente adicionar 600 dólares por semana até quatro meses, além do que cada estado daria aos beneficiários

  • Fase 3.5, HR 266
- Paycheck Protection Program and Health Care Enhancement Act

– assinada a 24 de Abril serve como financiamento provisório para partes do CARE ACT. Especificamente, esta fase permitiu novo financiamento aos programas de empréstimos PPP e EIDL que ficaram sem dinheiro assim como novas fontes de financiamento para hospitais, prestadores de serviços de saúde e testes covid-19.

  • Fase 4.0, HR 133 - Coronavirus Response and Relief Supplemental Appropriations Act of 2021
– Assinada a 27 de dezembro 2020 pelo presidente dos EUA, e com forte apoio bipartidário, esta 4ª fase do pacote de ajuda totaliza o montante de USD 900 mil milhões. Fornece apoio fundamental aos americanos e prevê fortalecer a recuperação económica.

Alguns componentes deste plano:
  • Pagamento direto a indivíduos no valor de $600 por pessoa (stimulus check).
  • Apoio aos seguros de desemprego, que assegura aos desempregados um aumento de USD 300 por semana até dia 14 de março 2021.
  • Empréstimos às Pequenas Empresas (PPP – Paycheck Protection Program): USD 12 mil milhões
  • Subsídios de USD 15 mil milhões para teatros, museus e espaços de entretenimento público.
  • Subsídios de USD 82 mil milhões para escolas e universidades; e USD 10 mil milhões para fornecedores de serviços de cuidados infantis.
  • USD 28 mil milhões para compra e distribuição de vacinas para que chegue gratuitamente aos que mais precisam.
  • USD 20 mil milhões para apoio aos testes da covid-19.
  • Deferimentos do pagamento de impostos.
  • USD 3 mil milhões adicionais ao fundo anteriormente criado de $175 mil milhões para hospitais e providenciares de serviços de saúde.


PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS NO MERCADO

Economia

  • Diagnóstico
- A economia dos EUA sofreu a sua primeira recessão em mais de uma década, encerrando a maior expansão económica já registrada. A economia contraiu 5% no primeiro trimestre e 31.4% no segundo trimestre, o maior declínio já alguma vez registado. Já no 3º trimestre, a economia cresceu à taxa anual de 33.4%, segundo o relatório revisto do "BEA” publicado no dia 22 de dezembro 2020. O aumento do PIB no 3º trimestre reflete a continuidade de esforços para reabrir e retomar negócios que foram encerrados ou restringidos devido ao covid-19. Apesar do crescimento da economia verificado no terceiro trimestre, esta é a crise económica mais grave desde a Grande Depressão.

De acordo com o relatório publicado pelo "Bureau of Economic Analysis" no 29 de Outubro de 2020, o rendimento pessoal diminuiu $540.6 mil milhões no 3º trimestre de 2020, ao passo que tinha aumentado $1.45 biliões no 2º trimestre. O rendimento pessoal disponível no mesmo período diminuiu $636.7 mil milhões (-13.2%). A diminuição no rendimento pessoal no 3º trimestre é justificada pelo decréscimo dos benefícios do seguro-desemprego, nomeadamente devido ao término do programa "Federal Pandemic Unemployment Compensation" que fornecia um pagamento suplementar semanal temporário de USD 600 para aqueles que recebiam benefícios de desemprego, e expirou a 31 de julho.

- O forte crescimento do PIB no 3º período foi motivado por aumentos na despesa de consumo pessoal, no investimento privado em inventário, nas exportações e aumento nos investimentos fixos de não-residentes e residentes. Por outro lado, a diminuição de gastos do governo federal (término dos empréstimos PPP) e o aumento das importações, "moderaram” o crescimento do PIB no 3º trimestre 2020. De destacar que os aumentos da despesa de consumo pessoal sentiram-se com especial incidência nos serviços de saúde, alojamento, serviços distribuição de comida, nos motores para veículos e suas partes, bem como nos produtos de vestuário e calçado.

- Com a reabertura gradual da economia, dados recentes mostram que a recuperação económica já começou. Os relatórios das semanas anteriores mostram uma forte recuperação na venda de casas, confiança do consumidor e na atividade industrial após quedas recorde no início do ano.

  • Prognóstico
- De acordo com os especialistas, a economia dos EUA está na fase inicial de recuperação. À medida que a economia reabre, a recuperação inicial deverá ser rápida em forma "V", com um aumento do consumo interno. Embora se espere um PIB positivo na segunda metade do ano, a FED prevê uma contração da economia americana de 2,4% em 2020, e crescimento de 4,2% em 2021 e 3,5% em 2022.

- No entanto, não se espera que a economia recupere rapidamente para os níveis pré-pandémicos. A recuperação da economia deverá ocorrer de forma "dois passos à frente, um passo atrás", em forma "W" à medida que o aparecimento de novos focos de covid-19 desaceleram os planos de reabertura e certas indústrias e regiões sofrem impactos remanescentes.

- À medida que avançamos para 2021, após uma recuperação inicial e parcial do consumo e do investimento relativamente rápida, a economia deverá crescer a um ritmo moderado, mas sustentado. Este ritmo de recuperação será influenciado pela rapidez da produção, distribuição e administração da vacina contra o Covid-19, que será essencial para que o consumo das famílias retorne aos níveis pré-pandémicos assim como a completa recuperação do mercado de trabalho.


Circulação
  • Neste momento ainda se aplica o "travel ban” à Europa, bem como a Europa o tem aplicado aos Estados Unidos. Só cidadãos americanos ou residentes portadores do "cartão verde” podem viajar para os EUA provenientes do espaço Schengen e Reino Unido.
  • Os constrangimentos que se continuam a verificar prendem-se com a capacidade de circulação de pessoas, principalmente no transporte aéreo, apesar de já terem terminado muitas das restrições para voos domésticos.

Reabertura da economia
  • Apesar de terem sido emitidas linhas de orientação Federais, cabe a cada Estado adotar a sua estratégia quanto ao processo de reabertura da economia. O que assistimos atualmente é um País com realidades muito distintas de Estado para Estado. Segundo a atualização de 11 de Janeiro 2021 do jornal New York Times, verifica-se que o número de Estados com a economia maioritariamente encerrada diminuiu para apenas 5, tendo os Estados de New Mexico, Washington, Oregon, Califórnia, e Illinois mantendo-se nessa lista. Apenas os Estados da California, Ohio e North Carolina tem ordens de "recolher obrigatório”. 14 Estados estão com a economia parcialmente aberta, e os restantes 31 Estados estão com a economia maioritariamente aberta. Destaque ainda para os Estados de Massachusetts, Rhode Island, Kentucky, Wisconsin e New Mexico que apesar de não terem uma ordem obrigatória para se ficar em casa, recomendam que as pessoas fiquem em casa. Por último, fica a nota de que o número de Estados que já declararam a utilização de máscara como obrigatória mantém-se nos 35.
Alguns casos de destaque:

    • O Texas é um dos Estados que voltou novamente a reabrir toda e economia. Com o caducar da ordem de "stay at home” no dia 30 de abril, o estado reabriu no dia 1 de Maio. Já no fim de Junho, um grande aumento de novos casos de infeção obrigou o Governador do Estado a fechar bares e a limitar a capacidade dos restaurantes novamente. No dia 3 de Julho foi feito um pedido para que os cidadãos ficassem em casa, e exigiu coberturas faciais em locais públicos nos municípios com mais de 20 casos positivos. A partir de 21 de setembro, restaurantes, lojas de retalho, ginásios, bibliotecas e museus foram autorizados a aumentar a capacidade para 75%. Mais recentemente, no dia 15 de Outubro, municípios com baixas taxas de hospitalização de covid-19 foram autorizados a reabrir bares e restaurantes a 75% da sua lotação.
    • O Estado da Flórida inverteu no mês de setembro a sua situação em que estava a aplicar uma reversão na reabertura para colocar novamente a economia completamente aberta. A meio de Setembro o governador, Mr. DeSantis, reabriu bares e restaurantes, e mais tarde nesse mesmo mês alterou o estado para fase 3 da reabertura (última fase), o que removeu limites à capacidade máxima na maioria dos setores de negócio. Recentemente o governador da Florida limitou as autoridades na imposição de mais restrições, e reafirmou o seu compromisso em manter restaurantes e bares abertos. No Estado da Florida o uso da máscara não é obrigatório.
    • No Estado de Nova Iorque o processo de reabertura abrandou nestes últimos meses de Outubro e Novembro. O Estado encontra-se agora numa fase em que tem a economia parcialmente fechada. No dia 28 de Setembro os restaurantes e bares foram autorizados a operar entre portas (não apenas ar livre) com 25% da sua capacidade máxima. Já no decorrer do mês de Outubro, com o aumento do número de infeções covid-19, várias partes da cidade de Nova Iorque bem como algumas áreas de certos municípios do estado foram ordenados a encerrar novamente negócios não essenciais. Mais recentemente foram novamente aplicadas restrições à operacionalidade dos bares e restaurantes, sendo que agora encerram às 22h. Atividades de entretenimento mantêm-se proibidas.
    • A Califórnia mantém a sua condição de maioritariamente encerrada, e com ordem de recolher obrigatório em vigor. No final de agosto, o Estado apresentou um novo plano de reabertura e encerramento de municípios com base no nível de risco, o que permitiu a abertura de lojas de retalho e cabeleireiros em certos locais. Apesar da estratégia da Califórnia permitir encontrar realidades diferentes de "county” para "county” face ao grau de abertura económica, neste momento está quase todo o estado maioritariamente fechado porque 54 dos 58 "counties” situam-se em níveis de risco elevado.
  • A atividade portuária nos EUA está neste momento aberta e em pleno funcionamento. Apesar das muitas restrições de segurança, os registos de volume de carga já estão nos níveis pré-covid 19.
  • No dia 22 de junho o Presidente Trump emitiu uma ordem de bloqueio aos "green cards" para quatro categorias de vistos "não-imigrantes". A ordem também pode bloquear os vistos H-1B e tornar mais difícil para as empresas internacionais transferir executivos estrangeiros para os EUA.

Consumo

  • Ainda não é possível aferir ao pormenor os hábitos nas mudanças de consumo, sendo que tal irá beneficiar umas indústrias e prejudicar outras. Como tem sido apontado, os bens essenciais tiveram um aumento na procura, ao passo que os bens não essenciais tiveram uma forte quebra. Contudo, muitas projeções indicam que a probabilidade de existir uma forte mudança nos hábitos de consumo no prazo de 1 a 2 anos possa não ser significativa nem de registo.
  • O Índice de Confiança do Consumidor caiu novamente em dezembro 2020 após ter registado uma queda em novembro. O Índice está nos 88,6 (1985 = 100), ao passo que o valor para o mês de novembro 2020 foi revisto em baixa de 96,1 para 92,9. O Índice de Expectativas – que tem por base as perspetivas de curto prazo dos consumidores para o rendimento, negócios e condições do mercado de trabalho - diminuiu de 98,2 em outubro para 89,5 em novembro. Por último o "Índice da Situação Atual” que tem por base a avaliação dos consumidores das atuais condições de negócios e do mercado de trabalho - diminuiu ligeiramente de 106,2 em outubro para 105,9 em novembro.
  • As vendas do retalho registaram uma diminuição de 1,1% em Novembro 2020, o que fez terminar com a constante subida registada nos últimos 6 meses: subidas revistas em Outubro de 0,1%, em Setembro de 1.6%, em Agosto de 0.6%, 1,2% em Julho, 8,4% em Junho, e 17,3% em Maio quando se iniciou a reabertura da economia na generalidade dos Estados.
  • Segundo o mais recente relatório do "US Bureau of Labor Statistics”, publicado no dia 10 de dezembro 2020, o índice de preço no consumidor subiu 0,2% em Novembro, após ter-se mantido inalterado em outubro e ter registado uma subida de 0,2% em Setembro e 0,4% em Agosto. Estes meses de outubro e novembro, em que quase não se registaram alterações, juntamente com as subidas verificadas em Setembro e Agosto de 2020, representam uma diminuição na velocidade de crescimento dos preços face aos 0,5% registados nos meses de Junho e Julho que representaram o maior aumento desde Agosto 2012. Prevê-se que a tendência da inflação se mantenha inalterada ou com pequenas variações.
  • O impacto do Covid-19 continua de uma forma sistemática e indiscriminadamente a causar disrupção no sector de retalho. Por exemplo, no caso de sector de vestuário, um dos grandes principais afetados, empresas de grande dimensão  estão a encerrar um número muito elevado de estabelecimentos ou abrir processo de falência. Tal é o caso de grandes cadeias de retalho como o Men's Warehouse, New York & Co, JC Penney, Neiman Marcus, Brook Brothers, etc.

Desporto
  • Alguns dos principais eventos desportivos que foram "adiados” já regressaram sem público nas bancadas (ou com grandes limitações) como por exemplo a Liga Futebol Norte-Americana (NFL), ou as ligas norte-americanas de Basquetebol (NBA), Baseball (MBL) e futebol (MSL).

Mercados Financeiros
  • Os mercados financeiros fecharam 2020 em máximos históricos. A 31 de Dezembro de 2020 o S&P500 terminou o ano a 3753, o NASDAQ a 12 888, e o Dow Jones a 30 606 27845. As avaliações apresentadas representam respetivamente valorizações de 16,3%; 41,2% e 9,9% durante o ano de 2020. Desde o "bottom” financeiro assinalado no dia 23 de março 2020, aquando dos primeiros meses da pandemia, os mercados têm vindo a registar uma rota de crescimento imparável, tendo desde esse ponto os 3 principais indexes atingindo quase uma valorização de 100%. Nesta recuperação, a tecnologia foi o setor que mais se destacou, derivado da expetativa do aumento da penetração do digital na nova realidade em que vivemos, e que se veio confirmar no lançamento dos resultados trimestrais pela maioria das empresas tecnológicas referentes aos 2º e 3º trimestres de 2020. Foi uma recuperação histórica e com muita volatilidade que foi extramente alavancada pela política monetária agressiva da Reserva Federal, e pelos pacotes de estímulo financeiro conduzidos pelo Governo Americano. Durante 2 meses, entre o início de setembro e as eleições nos EUA, os mercados viveram uma fase de instabilidade, com um novo escalar da volatilidade à medida que os investidores alinhavam expetativas para uma recuperação económica mais lenta do que esperado. Contudo na semana de eleições nos EUA (1 a 7 de novembro), os mercados financeiros conheceram o maior "rally eleitoral” de que há memória, batendo o crescimento que se verificou nas eleições de 1984. Após o crescimento na semana das eleições, os mercados financeiros têm vindo a subir gradualmente, e neste momento todos os principais indexes da bolsa americana – S&P500, Dow Jones e NASDAQ encontram-se com avaliações superiores aos níveis pré-pandémicos.

Emprego
  • De acordo com o mais recente relatório mensal de dados oficiais publicados pelo US Bureau of Labor Statistics no dia 8 de Janeiro, a taxa de desemprego nos EUA manteve-se inalterada nos 6.7% em dezembro de 2020 (6.7% em Novembro, 6.9% em Outubro, 7.9% em Setembro, 8.4% em Agosto, 10.2% em Julho, 11.1% em Junho, 13.3% em Maio e 14.7% em Abril).
  • No mês de dezembro não houve melhorias no desemprego, isto após ter recuperado 2.8 milhões de postos de trabalho em agosto, 1milhão em setembro, 1.5 milhões em outubro, e 400 mil em novembro. O ritmo da recuperação que tinha abrandado em novembro, não conheceu desenvolvimentos, e o número de desempregados manteve-se nos 10.7 milhões de pessoas.
  • De destacar ainda que apesar da taxa de desemprego estar a diminuir com a reabertura da economia, ainda está 3.2 p.p. superior ao registado em fevereiro de 2020, o que significa que os Estados Unidos ainda apresentam atualmente mais 4.9 milhões de desempregados do que em Fevereiro.
  • Em novembro, 21,8 por cento das pessoas ocupadas operaram em regime teletrabalho, subiu 0.6 p.p. em relação ao mês de outubro (21.2%) .
  • De acordo com o relatório semanal do emprego publicado pelo US Department of Labor no dia 7 de Janeiro de 2021 referente à semana de 27 dezembro a 3 de janeiro, o número das reivindicações de desemprego ajustado sazonalmente foi de 787,000, um decréscimo de 3.000 do nível revisto da semana anterior.

Construção / Indústria
  • De acordo com uma pesquisa da "National League of Cities Survey", mais de 700 cidades nos EUA adiaram ou cancelaram projetos de infraestrutura projetados para 2020, após a análise ao impacto financeiro que as medidas de combate à propagação do vírus deixaram nos orçamentos. O estudo que colecionou dados de 1 100 municípios de todos os 50 estados, mostra que 1/3 dos inquiridos planeiam agora atrasar ou cancelar a compra de equipamentos, o que pode atrapalhar a atividade comercial local entre empresas. A maioria das cidades reportou como seu maior custo inesperado nos últimos meses a compra de equipamentos de proteção individual e a contratação de serviços de desinfeção para limpeza de edifícios públicos.
  • A construção de casas voltou a aumentar em novembro por 1.2% face ao valor revisto de outubro. Tal aconteceu após já ter registado subidas em outubro de 4.9%, em setembro de 15.3%, em julho de 18.8% relativamente a junho, e em junho de 17.3% face a maio. Os pedidos de licença para construção de casas subiram em novembro para os 1,639 milhões face a outubro 2020.
  • O índice de produção industrial ISM Manufacturing PMI para os Estados Unidos registou no mês de dezembro de 2020 um novo máximo no ano atingindo os 60,7 pontos. Em novembro 2020 tinha caído para os 57,5 pontos, contudo o setor industrial continua a evidenciar bons indicadores de crescimento. No mês de dezembro face a novembro houve um crescimento muito forte da atividade industrial, com aceleração em novas ordens (67,9 versus 57,5) e produção (64,8 versus 60,8).

Saúde
  • Laboratórios clínicos nos EUA confrontam-se com a falta de capacidade de resposta perante uma procura quase ilimitada de testes devido ao aumento extraordinário de casos de Covid-19 com algumas situações a demorarem mais de uma semana para obtenção de resultados.

NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO DECORRENTES DO PÓS-COVID E CONSELHOS ÚTEIS ÀS EMPRESAS

Neste momento, continua a existir uma procura elevada de produtos de proteção individual e produtos e serviços inovadores que ajudem a mitigar as consequências da pandemia, bem como de todos os bens considerados essenciais (produtos alimentares, de limpeza e higiene) e do sector da tecnologia (todos os serviços relacionados com a digitalização da economia e mobilidade virtual).


Ecommerce
  • A pandemia COVID-19 provocou mudanças profundas no comportamento do consumidor, que não irão desaparecer completamente. Nesta altura, em que a reabertura da economia está a começar de forma faseada e existem muitas incertezas quanto ao futuro, ainda não e possível determinar com exatidão todas as oportunidades decorrentes do Covid-19. No entanto, o e-commerce e a digitalização são e serão, por exemplo, aspetos imprescindíveis para o futuro das empresas.
  • E-commerc, E-commerce, E-commerce. Os constrangimentos provocados pela COVID-19 na circulação de pessoas vieram a provocar um crescimento exponencial no e-commerce. Daí que as maiores oportunidades que decorreram desta pandemia concentram-se na vertente digital. As empresas devem (se ainda não o fizeram) adaptar-se o mais rapidamente possível a esta nova realidade. O e-commerce já representa mais de 25% de todas as transações comerciais.

Setores de crescimento
  • De acordo com o U.S. Bureau of Labor Statistics, os sectores da economia com maior crescimento em termos de emprego foram os do retalho, serviços profissionais, entretenimento e hotelaria, educação e serviços de saúde.
  • A grande maioria das feiras, tradeshows e conferências no mercado americano não se irão realizar até ao segundo semestre deste ano. Confirme todos os detalhes do evento e se irá efetivamente realizar-se, bem como prepare com cuidado todos os detalhes da sua visita.

Tecnologia
  • Tente beneficiar da grande abertura do meio empresarial para videoconferências e meetings virtuais. Esta pandemia obrigou todas as empresas a recorrer à tecnologia digital para desenvolverem os seus negócios. Esta nova realidade representa uma oportunidade para que as empresas possam abordar o mercado remotamente e abrir algumas portas sem os elevados custos de deslocação tradicionalmente associados. No entanto maiores investimentos terão que ser feitos na capacidade das empresas em apresentarem/promoverem os seus produtos virtualmente, recorrendo a técnicas de AR e VR (Augmented Reality e virtual reality).
  • No setor tecnológico tem existido um forte apoio à inovação de soluções que ajudem no combate à propagação da covid-19, particularmente em soluções de rastreamento de casos e que criem eficiências na limpeza pública.
  • Apps para educação online: instituições de ensino em todo o mundo foram forçadas a desligar e a mudar para programas de aprendizagem online. Esta crise desencadeou um boom online para o setor educacional. De acordo com as estatísticas, os downloads de aplicações educacionais aumentou em março de 2020 quase 300%. O aumento exponencial no curto-prazo está relacionado com a emergência atual, contudo acabou por começar a preparar o mundo para o futuro próximo.
  • Serviços de consultoria médica facultados remotamente, bem como de médicos e enfermeiros on-demand, isto é, chamadas ao domicílio.

Sustentabilidade / Green Products
  • A Tendência do crescimento das preferências do consumidor americano para produtos promotores de práticas sustentáveis e responsabilidade ambiental não foi afetada pela crise do covid-19. Aliás muitos consumidores confrontados com uma realidade de consumo em casa viram um acelerar desse crescimento, exemplo: produtos alimentares orgânicos. O lema da sustentabilidade e aproveitamento de produtos verdes pode ser explorado por múltiplos setores / indústrias.


Nota: Tendo em conta o rápido desenvolvimento da pandemia COVID-19 e dos seus impactos na economia dos diversos países, a informação constante nesta página poderá não corresponder à totalidade da informação do mercado disponível e poderá ficar temporariamente desatualizada.

Última atualização: 14 de Janeiro de 2021.


FONTE:
AICEP PORTUGAL GLOBAL. Covid-19: Situação nos Mercados. Disponível em: https://www.covid19aicep.pt/mercados.html
Acesso em: 10 de Dezembro de 2020