7 regras de ouro para o transporte internacional de carga

O transporte internacional de carga constitui, sem dúvida, um pilar central do comércio global, viabilizando a circulação eficiente de mercadorias entre diferentes mercados. Desempenha, naturalmente, um papel muito relevante no sucesso, na eficiência e na rentabilidade das operações de internacionalização das empresas.

 

Contudo, a sua complexidade é incontornável. São, aliás, múltiplos os desafios que emergem neste quadro: das regulamentações alfandegárias de cada geografia ao controlo dos custos logísticos, passando pela manutenção da segurança da mercadoria, por exemplo.

 

A consistente e meticulosa otimização do transporte internacional de carga torna-se, assim, uma necessidade perentória. Com efeito, reunimos sete fatores críticos a equacionar nesta área, para garantir a eficácia e a resiliência destas operações.

 

Como salvaguardar a eficiência, a segurança e a robustez do transporte internacional de carga?

A rigorosa e eficiente gestão da logística internacional requer, inegavelmente, uma abordagem integrada e criteriosa aos mais diversos fatores. Afinal, da escolha dos tipos de transporte mais adequados até à conformidade da documentação, passando pela implementação de soluções tecnológicas, todas as variáveis contam.

 

Para evitar atrasos, encargos adicionais, falhas nas entregas ou disrupções na supply chain, é, então, fulcral seguir alguns princípios-chave para a otimização do transporte internacional de carga:

 

1. Escolher a modalidade de transporte mais ajustada para cada operação

A seleção do modo de transporte de carga correto, em cada instância, revela-se determinante na gestão dos custos, dos tempos de trânsito e da segurança da mercadoria. Este é, por isso, um dos primeiros fatores a considerar neste quadro, avaliando as vantagens e os desafios concernentes a cada alternativa (ou à articulação de várias soluções de transporte).

 

O transporte marítimo continua, sem dúvida, a distinguir-se como a opção predominante na economia internacional. De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), no “Review of Maritime Transport 2024”, mais de 80% do comércio mundial é transportado por via marítima.

 

Esta solução é particularmente indicada para cargas volumosas, oferecendo uma estrutura de custos bastante eficiente. Todavia, os tempos de trânsito tendem a ser longos — o que pode representar um obstáculo determinante para produtos perecíveis, a título ilustrativo.

 

O transporte aéreo destaca-se pela celeridade, ainda que se revele mais dispendioso, sendo útil, sobretudo, para mercadorias de alto valor ou sensíveis ao tempo. Já o transporte rodoviário, pela sua flexibilidade, assume um papel essencial em operações regionais e na logística last mile, por exemplo.

 

Pois bem, as organizações devem pesar estes fatores, garantindo que a solução de transporte internacional de carga a adotar, em cada operação, respeita variáveis como:

 

  • A urgência da entrega;
  • As características e necessidades da mercadoria;
  • A infraestrutura disponível;
  • As exigências do cliente.

 

2. Dominar os regulamentos e requisitos alfandegários para o transporte internacional de carga

Esta é, decerto, uma regra de ouro para o sucesso de qualquer operação de internacionalização comercial: a adaptação às regras e exigências de cada país é imprescindível.

 

De facto, o desconhecimento e o incumprimento destes regulamentos pode revelar-se nefasto para qualquer negócio, podendo desencadear retenções na alfândega, multas e penalizações pecuniárias ou, até, a devolução da remessa ao país de origem. Assim, para evitar contratempos no transporte internacional de carga, as empresas devem garantir um conhecimento aprofundado de aspetos fundamentais, entre os quais:

 

  • Classificação das mercadorias, mediante o código pautal em vigor;
  • Taxas alfandegárias e direitos aduaneiros sobre a importação;
  • Certificações obrigatórias (especialmente sensíveis em categorias como bens alimentares, produtos farmacêuticos ou materiais perigosos);
  • Restrições comerciais que podem afetar determinados operadores e segmentos de mercado.

 

3. Garantir uma gestão documental rigorosa

Tendo por alicerce o meticuloso estudo das normas regulamentares a considerar em cada operação, as organizações devem, pois, asseverar a cuidadosa preparação dos documentos de transporte de mercadorias. Pequenos erros ou gralhas, discrepâncias nos valores declarados ou a ausência das assinaturas exigidas, por exemplo, podem resultar na retenção alfandegária dos bens ou na aplicação de multas.

 

No que concerne à documentação do transporte internacional de carga, podemos então destacar:

 

  • Fatura comercial (commercial invoice) — é o pilar dos demais documentos necessários na expedição de mercadorias. Descreve e indica o valor dos produtos, o país de origem ou os termos da venda (incoterms);
  • Packing list — detalha a composição e as características da carga, incluindo o peso (líquido e bruto) ou as dimensões das embalagens;
  • Certificado de origem (certificate of origin) — atesta, portanto, a origem dos produtos (condição essencial para a eventual aplicação de tarifas preferenciais, por exemplo);
  • Conhecimento de embarque (bill of lading ou airway bill) — comprova o contrato de transporte entre o expedidor e a transportadora, funcionando também como recibo da carga.

 

4. Alinhar o packaging e a rotulagem com as normas do comércio internacional

A proteção da integridade das mercadorias, ao longo de toda a supply chain, depende amplamente da qualidade do packaging e do acondicionamento dos bens. Assim, devem considerar-se algumas questões:

 

  • A escolha do tipo de embalagem respeita a natureza da carga e adequa-se ao tipo de envio?
  • A embalagem suporta variações de temperatura, humidade e pressão (particularmente relevante nos transportes marítimo e aéreo)?
  • O design da embalagem permite o armazenamento eficiente em contentores e paletes, reduzindo assim os custos operacionais?
  • O packaging respeita as regulamentações aplicáveis, nomeadamente, no que respeita às normas ambientais?

 

Além disso, é fundamental verificar a total conformidade da rotulagem com os regulamentos alfandegários e padrões internacionais. Nesse sentido, devem incluir-se informações como: dados do expedidor e do destinatário, códigos de barras ou etiquetas RFID, simbologia padrão para manuseamento e armazenamento (indicações de “frágil” ou “inflamável”, por exemplo) e marcações obrigatórias para mercadorias perigosas.

 

5. Adotar uma estratégia robusta de gestão de crise

O transporte internacional de carga está, cada vez mais, sujeito a um incontável número de riscos e ameaças: dos eventos climáticos extremos à instabilidade geopolítica, passando ainda pelos ataques cibernéticos. A cautelosa e atempada preparação de planos de contingência desempenha, neste quadro, um papel imprescindível.

 

Por conseguinte, para mitigar estes riscos de modo eficaz, as organizações devem equacionar um conjunto amplo de estratégias, como:

 

  • Transferência de risco para terceiros, por meio da contratação de seguros de carga, com cobertura contra perdas e danos (incluindo fatores como desastres naturais ou ciberataques);
  • Diversificação das rotas logísticas, minorando, assim, a dependência relativamente a um único corredor de transporte;
  • Investimento no planeamento de cenários, visando preparar a empresa para responder, com agilidade e eficácia, às mais diversas eventualidades;
  • Incremento da visibilidade da cadeia de abastecimento, viabilizando, desse modo, a monitorização dos riscos em tempo real. Para tal, o investimento tecnológico demonstra-se, certamente, incontornável.

 

6. Implementar soluções tecnológicas para rastreamento e eficiência logística

A digitalização está, inegavelmente, a transformar de forma radical a logística e o transporte internacional de carga. Afinal, a criteriosa utilização destas soluções tecnológicas permite, hoje, um substancial aumento da capacidade de monitorização e de otimização das operações de movimentação de bens.

 

Entre os principais recursos a considerar, neste contexto, sublinhamos:

 

  • Sistemas de rastreamento GPS e dispositivos equipados com Internet das Coisas (IoT), viabilizando assim a recolha de dados, em tempo real, sobre a localização, as condições ambientais e o estado das mercadorias;
  • Plataformas de análise de dados (big data), essenciais para prever custos operacionais, avaliar padrões históricos ou calcular tempos de trânsito, por exemplo;
  • Inteligência artificial generativa aplicada à gestão logística, que facilita uma sistemática otimização de rotas ou a antecipação de riscos na cadeia de abastecimento.

 

7. Trabalhar com operadores logísticos especializados em transporte internacional de carga

Num contexto comercial pautado por uma crescente complexidade e volatilidade, assegurar a resiliência das cadeias de abastecimento tornou-se uma prioridade estratégica. Nesse sentido, o apoio de operadores logísticos experientes pode demonstrar-se decisivo para o sucesso do transporte internacional de carga, permitindo às empresas mitigar riscos, otimizar custos e incrementar a fiabilidade e a transparência das suas operações.

 

São inúmeras as vantagens associadas a este tipo de parcerias: do conhecimento aprofundado das regulamentações de cada geografia à utilização de tecnologia especializada, passando ainda pela adequada seleção dos melhores serviços de transporte.

 

Na Rangel, dispomos de um conjunto amplo de serviços logísticos de excelência, detalhadamente pensados para garantir uma abordagem estratégica e rigorosa ao planeamento do transporte internacional de carga. Assegure a eficiência e a blindagem das operações de transporte da sua supply chain. Contacte-nos!

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SeaRates. “5 Successful International Shipping Golden Rules”. Acedido a 25 de fevereiro de 2025.
Cello Square. “Best Practices for Managing International Shipments and Customs”. Acedido a 25 de fevereiro de 2025.
MPI. “Shipping Best Practices”. Acedido a 25 de fevereiro de 2025.
GoFreight. “Top 10 Freight Forwarding Management Best Practices for Freight Forwarders”. Acedido a 25 de fevereiro de 2025.