Rangel Talks: Luís Abrantes, CEO Generis Farmacêutica 17 de Setembro, 2024 Rangel Logistics Solutions Entrevistas “Esta colaboração tem sido fundamental para o crescimento e consolidação da Generis. Desde o início, a parceria foi marcada por uma estreita cooperação e pela partilha de objetivos comuns, o que permitiu e permite uma evolução constante ao longo do tempo” LUÍS ABRANTES A Generis, que iniciou a sua atividade em 2003 em Portugal, rapidamente tornou-se líder no mercado de medicamentos genéricos em Portugal. Hoje, faz parte do Grupo Aurobindo, que está presente em mais de 150 países e possui uma estrutura totalmente integrada verticalmente, oferecendo soluções farmacêuticas inovadoras a um custo mais acessível. Com o maior portefólio da indústria farmacêutica em Portugal, a Generis tem uma cobertura de cerca de 85% das áreas terapêuticas mais relevantes no mercado ambulatório.A parceria com a Rangel completa este ano 3 anos e consideram que “Esta colaboração tem sido fundamental para o crescimento e consolidação da Generis (…) A Rangel trouxe a sua experiência e especialização em logística, o que nos permitiu otimizar os processos de distribuição dos nossos medicamentos e isso garantiu uma maior eficiência nas entregas e uma cobertura mais ampla em todo o território nacional”, tal como garante Luís Abrantes, CEO da Generis Farmacêutica. A Generis está em Portugal há 21 anos e gostaríamos que comentassem como tem sido este percurso. Podem divulgar alguns dos vossos números de 2023, ao nível de medicamentos produzidos, etc.? A Generis está em Portugal há 21 anos, e o nosso percurso tem sido marcado por crescimento, inovação e um forte compromisso com a saúde pública. Desde a nossa fundação em 2002, temos trabalhado arduamente para nos tornarmos líderes no mercado de medicamentos genéricos, oferecendo soluções acessíveis e de alta qualidade para a população portuguesa. Diria que os resultados que temos vindo a alcançar de forma consistente todos os anos são para mim o mais marcante e acima de tudo nestes últimos 4 anos, onde tenho tido o privilégio de liderar a companhia. Tivemos um crescimento consistente de cerca de dois dígitos ano após ano, estamos a falar de crescimento versus o ano anterior, não em relação ao budget. Assim temos um crescimento das vendas de mais de 42 % nestes últimos 4 anos e isto é importante referir porque representa o trabalho de toda uma equipa. Muitas vezes associamos este trabalho às áreas comerciais, mas ele não é possível sem o desempenho de todas as áreas de suporte e também da área industrial que produz não só para o mercado nacional como para o mercado internacional. Para lhe dar uma ordem de grandeza, no ano passado saíram da nossa fábrica, em média, cerca de 2.080.000 comprimidos por dia, o que equivale a cerca de 75.900 caixas de medicamentos. Estes números são um reflexo do nosso compromisso em garantir que os nossos produtos cheguem a quem mais precisa, tanto em Portugal como além-fronteiras. Referem que um dos vossos objetivos principais passa por contribuir para a sustentabilidade dos sistemas públicos de saúde, a igualdade de acesso aos medicamentos e a criação de um ambiente saudável para as futuras gerações. De que forma aplicam esta missão no vosso dia a dia? Um dos nossos principais objetivos é, por um lado contribuir para a sustentabilidade do sistema público de saúde, e anualmente o sistema nacional de saúde poupa várias centenas de milhões de euros anualmente (580 milhões em 2023) devido ao uso de medicamentos genéricos, que pode investir em inovação, novas infraestruturas de saúde e desenvolvimento de terapêuticas alternativas. Por outro lado, contribuir também para a igualdade de acesso a medicamentos. É por isso que trabalhamos continuamente para expandir o nosso portefólio, garantindo que um número crescente de patologias possa ser tratado com opções acessíveis e colaboramos com as autoridades de saúde e instituições públicas para garantir que os medicamentos essenciais estejam disponíveis de forma consistente e a um preço justo. Promovemos ainda campanhas de sensibilização sobre o uso correto dos medicamentos e a importância dos medicamentos genéricos, ajudando a educar a população. Investimos em pesquisa, desenvolvimento e processos de qualidade para melhorar os processos existentes, sempre com o foco na eficácia e na segurança dos pacientes. Este é aliás um dos nossos pilares, o rigor nos processos de produção que atendem aos mais altos padrões de qualidade e segurança, contribuindo para a confiança dos pacientes e dos profissionais de saúde. Fazemos também questão de desenvolver e participar em iniciativas sociais que visam melhorar a saúde e o bem-estar das comunidades em que operamos, com um foco especial na promoção da saúde e da educação, tendo recebido recentemente a distinção de “Empresa Solidária” do concelho da Amadora. Criamos também um ambiente de trabalho que promove o bem-estar dos nossos colaboradores, incentivando práticas saudáveis e um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, tendo sido também distinguidos o ano passado com o Prémio ESG atribuído pela Caixa Geral de Depósitos. Quais as maiores tendências que têm observado no vosso setor? São vários os desafios que se têm apresentado e que continuaremos a enfrentar nos próximos tempos fruto das tendências globais e que são transversais a vários setores e não unicamente ao setor farmacêutico, mas julgo que estes são os mais prementes de um olhar atento e de uma intervenção: Pessoas – O envelhecimento da população conjugado com a baixa natalidade assim como a saída de muitos jovens para outros mercados é já hoje um desafio que acredito irá agravar-se no futuro. Necessitamos de pessoas capazes e com competências, a nossa área e a indústria em geral está a ser penalizada por esta falta de recursos e assim vai continuar. Disponibilidade de produto – Há uma enorme dificuldade face à globalização em garantir fluidez de fornecimento desde matérias-primas, a materiais de embalagem. Competimos globalmente em mercados extremamente competitivos em que o fator preço é determinante e a deslocalização da produção, que aconteceu nos últimos anos nomeadamente na Europa, não ajuda. Por isso, e porque infelizmente não vejo nenhuma medida tomada neste sentido, julgo que a situação tenderá a não melhorar. Preços e Inflação – Operando num mercado regulamentado também a nível de preços, sempre que se registam aumentos significativos de inflação, todos os nossos custos aumentam e a nossa rentabilidade diminui. Significa isso, que temos de ter uma gestão muito cuidada de custos que nos permita uma presença no mercado com uma competitividade e uma viabilidade económica adequada. A curto prazo, serão questões que levantarão alguma discussão, mas que exigirão também soluções inovadoras e estratégias adaptativas para garantir a sustentabilidade do setor. Quais as maiores tendências que têm observado no vosso setor? São vários os desafios que se têm apresentado e que continuaremos a enfrentar nos próximos tempos fruto das tendências globais e que são transversais a vários setores e não unicamente ao setor farmacêutico, mas julgo que estes são os mais prementes de um olhar atento e de uma intervenção: Pessoas – O envelhecimento da população conjugado com a baixa natalidade assim como a saída de muitos jovens para outros mercados é já hoje um desafio que acredito irá agravar-se no futuro. Necessitamos de pessoas capazes e com competências, a nossa área e a indústria em geral está a ser penalizada por esta falta de recursos e assim vai continuar. Disponibilidade de produto – Há uma enorme dificuldade face à globalização em garantir fluidez de fornecimento desde matérias-primas, a materiais de embalagem. Competimos globalmente em mercados extremamente competitivos em que o fator preço é determinante e a deslocalização da produção, que aconteceu nos últimos anos nomeadamente na Europa, não ajuda. Por isso, e porque infelizmente não vejo nenhuma medida tomada neste sentido, julgo que a situação tenderá a não melhorar. Preços e Inflação – Operando num mercado regulamentado também a nível de preços, sempre que se registam aumentos significativos de inflação, todos os nossos custos aumentam e a nossa rentabilidade diminui. Significa isso, que temos de ter uma gestão muito cuidada de custos que nos permita uma presença no mercado com uma competitividade e uma viabilidade económica adequada. A curto prazo, serão questões que levantarão alguma discussão, mas que exigirão também soluções inovadoras e estratégias adaptativas para garantir a sustentabilidade do setor. Relativamente à parceria que têm com a Rangel, completa em 2024 3 anos. De que forma a mesma foi evoluindo e até contribuindo para o próprio crescimento da Generis em Portugal? Esta colaboração tem sido fundamental para o crescimento e consolidação da Generis. Desde o início, a parceria foi marcada por uma estreita cooperação e pela partilha de objetivos comuns, o que permitiu e permite uma evolução constante ao longo do tempo. A Rangel trouxe a sua experiência e especialização em logística, o que nos permitiu otimizar os processos de distribuição dos nossos medicamentos e isso garantiu uma maior eficiência nas entregas e uma cobertura mais ampla em todo o território nacional. É também notório o compromisso com elevados padrões de qualidade e conformidade, o que é essencial para o setor farmacêutico porque garante que todas as operações de transporte e armazenamento sejam realizadas em conformidade com as rigorosas regulamentações do setor. A Rangel tem sido realmente um pilar essencial no suporte ao crescimento da Generis em Portugal, proporcionando as bases logísticas necessárias para que possamos continuar a cumprir a nossa missão de fornecer medicamentos de qualidade e acessíveis a todos os portugueses. Quais os principias desafios logísticos que a Generis enfrenta, neste momento? Tal como referi anteriormente, a globalização da cadeia de fornecimento significa que muitas matérias-primas essenciais são adquiridas nos mercados internacionais. Qualquer interrupção, como atrasos nos envios, mudanças nas regulamentações ou problemas geopolíticos, pode impactar a produção e a disponibilidade de produto final. Além disso a volatilidade nos preços das matérias-primas, impulsionada por fatores como a inflação e a escassez global, cria um desafio significativo na gestão dos custos e na manutenção da competitividade dos nossos produtos. Há também outro desafio e que está intimamente ligado com o ponto anterior que tem a ver com a gestão de stocks e forecast. A necessidade de prever com precisão a procura do mercado, é um ponto crucial, especialmente num setor onde a disponibilidade imediata de medicamentos pode ser vital. O erro na previsão, pode levar tanto a excesso de stock quanto a ruturas e ambos são prejudiciais para o serviço ao cliente. Atualmente o “nosso” mundo está demasiado volátil e é necessário ter a capacidade de responder rapidamente a mudanças repentinas no mercado ou nas cadeias de fornecimento. Essa capacidade é essencial para garantir a continuidade dos negócios e acima de tudo para garantir um abastecimento consistente do mercado. Esperam crescimento em alguma área em particular, nos próximos anos? Quais as novidades que podem partilhar sobre a empresa para o futuro? Para os próximos anos, estamos a focar-nos em duas áreas principais de crescimento. Em primeiro lugar, prevemos o lançamento de biossimilares já em 2025, o que representa um marco significativo na nossa estratégia de expansão no mercado da biotecnologia. Esta iniciativa vai permitir-nos diversificar ainda mais o nosso portefólio e proporcionar uma ainda maior oferta naquilo que são as alternativas terapêuticas. Além disso, estamos a investir na expansão da nossa capacidade de produção. Com a aquisição e instalação de uma nova máquina na nossa fábrica, esperamos aumentar o output em cerca de 25% a 30%. Este incremento será crucial não só para a produção em larga escala, mas também para melhorar o suporte que o nosso laboratório oferece a todas as filiais do Grupo. Esta expansão reforça e reflete o nosso compromisso em manter a liderança no setor e responder eficazmente às necessidades do mercado. Temos, claro, outros projetos em carteira, que, a seu tempo, virão a ser revelados e implementados. Etiquetas:entrevista logística Partilhar no Facebook Partilhar no Twitter Partilhar no LinkedIn
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