O setor da logística em 2025: principais tendências e inovações tecnológicas a considerar

À medida que o novo ano se aproxima, é essencial, sem dúvida, atentar nas transformações esperadas nas cadeias de abastecimento e na logística em 2025. A automação e a inteligência artificial (IA) continuarão, decerto, a redefinir processos, enquanto a instabilidade política e a crise climática tornam cada vez mais premente o investimento no reforço da resiliência.

Mas quais são, então, as principais tendências e inovações a equacionar nos próximos meses? E que desafios antecipar para garantir a continuidade e a fluidez das operações?

Logística em 2025: desafios à vista

Inegavelmente, a crescente dependência da IA e das soluções de automação trará novos desafios para as cadeias de abastecimento e para a logística em 2025. Embora estas tecnologias aumentem a eficiência, exigem uma força de trabalho altamente qualificada.

Para se manterem competitivas, as empresas terão, pois, de apostar na formação contínua e no desenvolvimento de competências. Só assim será possível incorporar estas novas ferramentas no seu dia a dia.

Paralelamente, os consumidores estão cada vez mais exigentes, pressionando as organizações a adotar soluções como blockchain, essenciais para garantir a transparência e o rastreamento, em tempo real, das mercadorias. No entanto, o elevado custo e a complexidade de implementação destas tecnologias podem ser obstáculos a considerar, especialmente para pequenas e médias empresas.

O incerto contexto geopolítico e o impacto incontornável das alterações climáticas complicam ainda mais o cenário da logística em 2025. Com efeito, os conflitos comerciais e os eventos climáticos extremos podem interromper o fluxo global de bens. Nesse sentido, é urgente que as empresas incorporem estratégias que lhes permitam, atempadamente, garantir a continuidade das suas operações.

5 tendências e soluções inovadoras para a logística em 2025

A resposta a estes desafios prende-se, sem dúvida, com a previsão sistemática dos fenómenos que podem afetar a supply chain. Torna-se, portanto, necessário adotar uma perspetiva multifatorial, apostando na resiliência operacional para atenuar as suas consequências.

Não podemos adivinhar o futuro, mas podemos afirmar, com toda a certeza, que a inovação tecnológica continuará a ser o motor do setor da logística, em incessante transformação.

1. Tecnologia em prol da visibilidade da cadeia de abastecimento

De acordo com um inquérito conduzido pela Transport Intelligence (Ti), apenas 20% dos expedidores afirmam ter visibilidade completa em todas as regiões e sobre todos os seus meios de transporte.

Porém, a crescente complexidade das cadeias de abastecimento aumentou significativamente a premência da visibilidade, em tempo real, dos pedidos, dos inventários e das remessas. Esta capacidade permite, pois, melhorar a eficiência operacional das empresas, a segurança operacional e a experiência do consumidor.

Assim, prevê-se que a logística em 2025 continue a apostar em tecnologias que possibilitem uma maior integração de dados e alicercem a tomada de decisões. Esse é, sobejamente, o caso de:

  • Big data e análise avançada — o uso destas ferramentas permite a extração contínua de insights críticos, em real time. Revelam-se, desse modo, essenciais para a tomada de decisões rápidas e informadas em ambientes logísticos dinâmicos;
  • Internet das coisas (IoT) — sensores e dispositivos equipados com IoT viabilizam a recolha de dados concernentes à localização, às condições ambientais e ao status das mercadorias, garantindo a sua incessante monitorização;
  • Digital twins — as réplicas digitais, que integram dados e sistemas para criar simulações precisas das operações logísticas, serão, decerto, uma tendência na logística em 2025. A sua implementação permite, portanto, otimizar processos e prevenir problemas;
  • Inovações no transporte de mercadorias — além da importância fulcral dos sistemas de gestão de transportes (TMS), é relevante, no âmbito da movimentação e entrega de bens, atentar nas potencialidades de tecnologias emergentes. Falamos, então, de soluções como os veículos terrestres autónomos, com cacifos automáticos, ou os drones, sobretudo para last mile. Vão, decerto, marcar a logística em 2025, gerando dados instantâneos durante a entrega e melhorando a visibilidade do transporte.

2. Humanos e máquinas a trabalhar em conjunto

A cooperação entre homem e máquina para resolver problemas complexos é, cada vez mais, uma realidade no universo corporativo. Esta abordagem, conhecida como inteligência aumentada (augmented intelligence), combina, então, a capacidade analítica e preditiva da IA com a experiência, a sensibilidade e o julgamento humano.

Aliás, a Gartner projeta que, até 2030, a inteligência aumentada seja responsável por 44% do valor derivado da IA em todas as indústrias.

No contexto logístico, esta transformação digital significa, sem dúvida, uma otimização sistemática de processos. Nesse sentido, oferece às empresas um aumento da sua adaptabilidade relativamente às mudanças no mercado e no cenário económico.

Assim, na logística em 2025, a inteligência aumentada pode representar um auxílio relevante em diversas áreas, por exemplo:

  • Gestão de armazenagem — sistemas como o Pick-by-Vision (um método de preparação de pedidos que permite aos trabalhadores utilizarem óculos de realidade aumentada, ou smart glasses, para localizar as referências) contribuem para a redução de erros e para o incremento da produtividade;
  • Transporte — com sensores 3D e sistemas de realidade aumentada, será possível verificar a carga (volume, contagens ou deteção de danos) sem ter de recorrer a processos manuais mais morosos. Similarmente, estas tecnologias podem ajudar os operadores a fazer as transferências de carga para o transporte, indicando a melhor localização para a mercadoria, com o intento de otimizar o espaço;
  • Última milha — a identificação de pacotes com o auxílio de realidade aumentada permitirá aos motoristas detetar, com maior celeridade, itens específicos dentro dos seus veículos de entrega. Isto viabilizará, assim, a agilização do processo e a redução de erros.

3. Crescente proximidade ao consumidor

A premente necessidade de aumentar a resiliência das cadeias de distribuição, de implementar políticas de logística verde e de corresponder à exigência dos consumidores, com entregas mais rápidas, por exemplo, está a provocar uma mudança nas estratégias de distribuição das empresas.

Essas alterações, que continuarão a verificar-se na logística em 2025, traduzem-se numa maior proximidade ao cliente, tanto no que concerne à produção como à distribuição de mercadorias. Falamos, portanto, de estratégias que incluem:

  • Logística hiperlocal — trata-se de um modelo focado na operacionalização de centros de distribuição e de serviços logísticos próximos do consumidor final, muitas vezes na mesma cidade ou região. Através da criação de hubs locais, ou microhubs, esta estratégia pretende responder às necessidades imediatas dos clientes, com rapidez, eficiência e sustentabilidade;
  • Nearshoring — estratégia de deslocação da produção e dos fornecedores para países ou regiões mais próximas do mercado consumidor. Tem como objetivos a redução dos custos de transporte e da pegada de carbono, o aumento da resiliência operacional e a contenção dos riscos associados a supply chains muito extensas.

4. Antecipação do futuro com scenario planning

O planeamento logístico de cenários permite, então, antecipar possíveis mudanças que afetam a cadeia de abastecimento. Por conseguinte, este processo implica o desenvolvimento e a análise de potenciais cenários disruptivos. Considera, portanto, todos os fatores relevantes, bem como os potenciais impactos e as interações relacionadas.

É, também, uma forma de apoiar a elaboração de estratégias de gestão de crise e a tomadas de decisões.

É especialmente relevante no ambiente dinâmico que se espera na logística em 2025, em que fatores como mudanças geopolíticas, desastres ambientais, avanços tecnológicos e flutuações na procura poderão afetar as operações. Entre os benefícios desta estratégia, destacamos:

  • Melhoria da resiliência, da capacidade de adaptação e da gestão do risco;
  • Apoio essencial nas decisões de investimento e no desenho de estratégias de sustentabilidade;
  • Otimização da gestão de stock e, por isso, da experiência do cliente, mesmo que se verifiquem variações na procura.

5. A era da sustentabilidade

Este será, certamente, um dos elementos centrais da logística em 2025. Afinal, a pressão concernente à redução das emissões de carbono e à adoção de soluções que promovam a sustentabilidade, ao longo da cadeia de abastecimento, revela-se cada vez mais incontornável.

Este deve, por isso, ser um fator preponderante nos mais diversos âmbitos da gestão logística: da seleção de fornecedores aos processos de gestão de armazenagem, passando, claro, pela otimização das soluções e das rotas de transporte de mercadorias.

A logística em 2025 deverá ser, portanto, mais sustentável, mais próxima e mais digital. Pois bem, na Rangel, contamos com uma equipa de excelência, na vanguarda do setor, pronta para enfrentar estes desafios. Se pretende garantir a resiliência, a eficiência e a inovação da sua cadeia de abastecimento, então conheça o amplo leque de soluções logísticas que temos ao dispor da sua organização. Contacte-nos!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BSR. “Future of Supply Chains 2025”. Acedido a 26 de novembro de 2024.
Anthony Duncan, Vice President National Accounts at The Everest Group. “How Will the Future of Supply Chain Look in 2025?”. Acedido a 26 de novembro de 2024.
WNS. “Future Outlook: Key Shipping & Logistics Trends for 2025 and Beyond”. Acedido a 26 de novembro de 2024.
Argon&Co. “Logistics 2025”. Acedido a 26 de novembro de 2024.