COVID-19: Impactos logísticos nos principais mercados europeus

impactos logísticos nos mercados 02

Devido à evolução do surto do novo coronavírus, quase todos os países implementaram limitações de circulação e controlos transfronteiriços, que estão a provocar impactos logísticos nos mercados. Embora o transporte de mercadorias continue a ser possível entre a maioria dos países europeus, existem alguns mercados com limitações mais específicas, quer ao nível do transporte terrestre, aéreo ou marítimo.

Neste artigo, procuramos sintetizar as principais limitações logísticas existentes nos mercados europeus de comércio bilateral mais relevantes para as empresas portuguesas.1 A evolução do surto da COVID-19 implica uma reavaliação diária, por parte das autoridades de todos os países, das medidas de contenção implementadas, pelo que é recomendado o acompanhamento em tempo real da evolução da situação. Para tal, podem ser consultados vários sites que agregam informação em tempo real sobre as fronteiras terrestres, sobre as restrições nos portos mundiais.

Alemanha

  • As últimas informações disponíveis dão conta de constrangimentos em todos os setores da economia alemã.
  • Têm-se verificado falhas na cadeia logística de curta-distância.
  • As fronteiras terrestres da Alemanha não registam, até à data, constrangimentos nem tempos de espera para entrar ou sair do país no que diz respeito a veículos de transporte de mercadorias.
  • O transporte aéreo está suspenso a partir deste fim de semana.
  • A escala portuária de navios nos portos alemães está sujeita a aprovação das autoridades locais.

Aústria

  • Regiões como Arlberg e Nenzing em quarentena obrigatória e apenas bens alimentares e medicamentos podem ser transportados para estas áreas.
  • Existem outras regiões do país em quarentena obrigatória, no entanto, até o momento ainda é permitido transportar todo o tipo de mercadorias.

Bélgica

  • Vários setores na Bélgica serão alvo das consequências económicas da pandemia, tendo em conta que a Bélgica é uma plataforma exportadora no centro da Europa.
  • Setor da aeronáutica, têxteis, químicos, máquinas e metais com maiores constrangimentos em termos de cadeia de abastecimentos, o que poderá afetar a indústria automóvel e química;
  • Os portos de Antuérpia e Zeebruge antecipam uma desaceleração do comércio devido ao surto;
  • A escala portuária de navios nos portos belgas está sujeita a aprovação das autoridades locais.
  • As fonteiras terrestres não registam até à data grandes tempos de espera para entrar ou sair do país para veículos de transporte de mercadorias.

Espanha

  • Os setores com maiores constrangimentos são o automóvel e componentes, aeronáutico, têxtil e restauração.
  • Regista-se uma quedas da atividade económica em geral e da bolsa e da nas cadeias de fornecimento e de abastecimento.
  • As fronteiras encontram-se encerradas e apenas há liberdade de circulação para mercadorias e trabalhadores transfronteiriços.
  • As fonteiras terrestres não registam até à data grandes tempos de espera para entrar ou sair do país para veículos de transporte de mercadorias.

França

  • Os setores com maiores constrangimentos são o automóvel e componentes, aeronáutico, transportes e logística, hotelaria e restauração.
  • Em termos logísticos os maiores entraves verificam-se no transporte aéreo e com o cancelamento de voos para países asiáticos e europeus, como Itália.
  • Registam-se falhas nas entregas de componentes que incorporam diversos bens e inexistência de stocks suficientes para efetuar reposições;
  • A escala portuária de navios nos portos francesas está sujeita a aprovação das autoridades locais.
  • À exceção da fronteira terrestre com a Suíça em Geneva e do Eurotunnel (túnel da mancha), que apresentam uma demora de cerca de 1h para sair de França, os restantes pontos de passagem terrestre não registam até à data grandes tempos de espera para entrar ou sair do país para veículos de transporte de mercadorias.

Itália

  • Apenas farmácias, supermercados e bancos têm permissão para estar abertos em Itália.
  • Todos os setores da economia italiana preveem um forte impacto crescente do COVID-19.
  • As fronteiras estão encerradas, o tráfego aéreo suspenso e a circulação de mercadorias está muito condicionada.
  • Nas fronteiras terrestres, embora com limitações, é permita a circulação de veículos de mercadorias e apenas a fronteira a norte de Milão apresenta alguma demora na passagem.

Países Baixos

  • Os setores com maiores constrangimentos são o alimentar, a indústria química e a indústria tecnológica.
  • Regista-se uma quebra da atividade do porto de Roterdão e a escala portuária de navios nos portos holandeses está sujeita a aprovação das autoridades locais.
  •  Até ao momento o cancelamento de voos verificava-se apenas para zonas do globo mais afetadas, como a Itália e a China;
  • As fonteiras terrestres não registam até à data grandes tempos de espera para entrar ou sair do país para veículos de transporte de mercadorias.

Polónia

  • Os setores mais afetados são os transportes, têxtil e restauração.
  • Regista-se um elevado risco de interrupções nas cadeias de fornecimento.
  • Até ao momento o tráfego nas fronteiras terrestres está a fluir com normalidade, registando-se apenas pequenos atrasos na fronteira com a Alemanha.

Reino Unido

  • Os setores mais afetados são o automóvel, aeronáutica e hotelaria.
  • Registam-se cancelamento de voos e restrições na mobilidade dos cidadãos e no abastecimento de bens de primeira necessidade.
  • Elevado risco na quebra da produção, o que pode impactar seriamente muitas empresas.
  • A escala portuária de navios nos portos do Reino Unido está sujeita a validação das autoridades locais.
  • De acordo com as últimas informações, a passagem de veículos de mercadorias no Eurotunel do Reino Unido para França decorre sem constrangimentos, no sentido inverso regista-se alguma demora.

República Checa

  • O transporte de mercadorias ainda é permitido, apesar do encerramento da fronteira, porém está sujeito a alguns atrasos
  • Existem regiões da parte oriental do país que estão em quarentena e atualmente os serviços de transporte não são permitidos aí.
1 De acordo com os últimos dados disponibilizados pela AICEP, SIXFOLD e GEBRÜDER WEISS a 27 de março de 2020. Tendo em conta o rápido desenvolvimento da pandemia COVID-19 e dos seus impactos na economia dos diversos países, a informação constante nesta página poderá não corresponder à totalidade da informação do mercado disponível e poderá ficar desatualizada.
Referencias Bibliográficas

Mercados internacionais: Impacto Covid-19 – AICEP

Impacto COVID-19 na logística – Sixfold publica informações em tempo real sobre os tempos de passagem de fronteira

Covid-19: Restrições nos portos mundiais – Wilhelmsen