Exportar para Angola: oportunidade do mercado

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Angola é um importante parceiro económico de Portugal e um mercado relevante e familiar para as empresas e marcas portuguesas, que nos últimos anos têm vindo, cada vez, mais a exportar para Angola. Rico em recursos naturais, com destaque para o petróleo (que representa cerca de 50% do PIB, mais de 70% da receita e cerca de 90% das exportações), Angola  ainda tem no setor agrícola o principal recurso para a maioria da população, no entanto, mais de 50% dos produtos alimentares consumidos são importados.

Segundo o Comtrade  (United Nations International Trade Statistics Database), em 2018 as importações angolanas atingiram 16 mil milhões de dólares, o que coloca o país como o 76º importador a nível mundial. Os combustíveis minerais, com 15,1% do total, destacaram-se como a principal importação angolana, seguidas das máquinas e aparelhos mecânicos com 13,3%.

A China (14,5%), Portugal (13,7%), Singapura (9,6%), Bélgica (6,6%) e o Togo (5,9%) ocuparam as primeiras posições enquanto fornecedores, que em conjunto representam 50,3% do total das importações angolanas.

No que respeita às exportações, em 2018 Angola vendeu 42,1 mil milhões de dólares (52º exportador mundial). Os combustíveis minerais, com 92,4% do total, destacaram-se como a principal exportação angolana, seguidos das embarcações e estruturas flutuantes com 3,2%.

A China (58,2%), a Índia (9%), os EUA (3,5%), a Espanha (3%) e a África do Sul (2,8%) ocuparam as primeiras posições enquanto clientes, que em conjunto representaram 76,5% do total das exportações angolanas.

Relação Comercial Portugal ↔️ Angola

Portugal e Angola têm uma relação económica sólida, que se carateriza pelas cerca de 5.000 empresas portuguesas exportadoras para este mercado, tornando-o no 2º maior destino extracomunitário das exportações nacionais. De acordo com a AICEP, estão presentes em Angola cerca de 1.000 empresas com capital português e vivem e trabalham em território angolano cerca de 135.000 portugueses.

Angola, ocupa por isso, uma posição de destaque no contexto do comércio internacional de Portugal, posicionando-se, em 2019, como 9º maior cliente de Portugal, com uma quota de 2,07% do total de exportações portuguesas, e como 12º fornecedor com quota de 1,34%.

A balança comercial de bens é favorável a Portugal, tendo apresentado um saldo positivo de cerca de 163,1 milhões de euros em 2019, a que correspondeu um coeficiente de cobertura das importações pelas exportações de 115,2%.

No que diz respeito à estrutura das exportações portuguesas para Angola, os produtos mais exportados são as máquinas e aparelhos (26,3% do total em 2019), produtos agrícolas (13,5%) e produtos químicos (11,4%). Quanto às importações, os combustíveis minerais destacam-se como a categoria mais importada por Portugal, com uma quota de 98,5% do total em 2019.

Exportar para Angola: oportunidades do mercado

De acordo com a AICEP, as empresas portuguesas que exportam para o mercado angolano dispõem de uma linha de seguro de crédito no valor de 250 milhões de euros, operacionalizada pela COSEC e com garantia do Estado português que, embora não seja exclusiva para este mercado, é sem dúvida um mecanismo de apoio, não só para as empresas que já exportam, mas também para aquelas que pretendem exportar para Angola.

Adicionalmente, existe uma segunda linha de seguro de crédito, operacionalizada igualmente pela COSEC, e com garantia do Estado português e do Estado angolano, no valor de 1.500 milhões de euros, que é exclusiva para este mercado e que se destina, essencialmente, a apoiar projetos públicos de infraestruturas e vias de comunicação.

De acordo com a Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa, entre os setores da economia angolana que apresentam maior potencial de exportação e crescimento, destacam-se:

  • a agroindústria e agropecuária;
  • a indústria farmacêutica;
  • o setor alimentar;
  • os transportes e a distribuição de energia.

Não obstante as oportunidades referidas, deve-se salientar que a tentativa do governo angolano de desenvolver o setor industrial, especialmente a indústria transformadora, tem sido acompanhada por uma estratégia que visa reduzir as importações, através da recuperação e da produção nacional. Esta mudança terá, naturalmente, efeitos sobre o ambiente de negócios em Angola, obrigando as empresas que queiram exportar para angola a um esforço redobrado de adaptação, tendo em conta estes condicionalismos.

Em 2019, Portugal exportou para Angola mais de 1.238 milhões de euros em bens (excluindo combustíveis), e importou cerca de 1.075 milhões (excluindo combustíveis), reforçando o posicionamento de Angola como o país lusófono africano que tem uma relação comercial mais sólida com Portugal.

A Rangel dispõe de ligações diretas e regulares de importação e exportação de e para Luanda (Aeroporto 4 de fevereiro), com partidas às terças e quintas do aeroporto de Lisboa (Aeroporto Humberto Delgado). O serviço de grupagem beneficia de supervisão e coordenação operacional própria na origem e no destino, garantindo qualidade, segurança e eficácia em todos os envios.

Referências Bibliográficas:
Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa. Angola: riscos e oportunidades, Acedido em 02 de julho de 2020, em
https://www.ccip.pt/pt/newsletter-internacional/1659-angola-riscos-e-oportunidades
Revista Portugal – AICEP. Relacionamento entre Portugal e Angola num novo patamar, Nº118, Acedido em 02 de julho de 2020, em http://portugalglobal.pt/PT/RevistaPortugalglobal/2019/Documents/revista-118-marco.pdf
Portugal Exporta – AICEP. Mercado Angola, Acedido em 02 de julho de 2020, em
https://myaicep.portugalexporta.com/mercados-internacionais/ao/angola