10 critérios para escolher a melhor plataforma de eCommerce

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A escolha da plataforma de eCommerce assume-se como decisão fundamental para o sucesso de um negócio online, na medida em que tende a influenciar todas as variáveis do negócio, desde a captação de tráfego, à expedição. Trata-se, portanto, de um desafio exigente para quem está a dar os primeiros passos no eCommerce mas, também, para quem já vende online e precisa de atualizar a plataforma de vendas utilizada.

Ao longo do processo de tomada de decisão, são vários os fatores que devem ser considerados e ponderados para que a decisão final recaia sobre a melhor plataforma de eCommerce para o negócio em questão, o que, invariavelmente, torna este processo bastante complexo e a escolha difícil.

No sentido de lhe poder ajudar neste processo de decisão, reunimos, ao longo deste artigo, alguns dos fatores que consideramos fundamentais considerar na escolha de uma plataforma de eCommerce.

1. Investimento inicial

Para um número significativo de empresas este aspeto assume-se, à partida, como um dos mais sensíveis, devendo, por isso, ser um dos primeiros fatores a ser ponderado.

Desde logo, e considerando que são várias as rubricas que deverão ser consideradas para a implementação e sustentação de um projeto de eCommerce, nomeadamente, as que dizem respeito ao marketing, será prudente e estratégico não destinar todo o investimento disponível à plataforma de vendas online. A este respeito, alguns especialistas sugerem, até, que o valor investido na plataforma de eCommerce não deve exceder os 20% do total de investimento disponível para o projeto.

Para cumprir este referencial, poderá, desde logo, ter-se em linha de conta o facto de se encontrarem no mercado diferentes tipo de plataformas de eCommerce, com modelos de custo muito diversos, dos quais se destacam as plataformas Open-Source, On-Premises ou SaaS. Dependendo do tipo de plataforma que escolher, poderá ter de suportar custos de licenciamento, desenvolvimento e alojamento, como ocorre nas plataformas open-source e on-premises ou, por contraponto, não ter de comportar estes custos iniciais e, apenas, ter de suportar uma subscrição e/ou partilhar uma pequena percentagem das suas vendas online com o fornecedor da plataforma, como é comum nas plataformas SaaS. Será, por isso, fundamental fazer uma análise comparativa das várias plataformas existentes, com diferentes modelos de distribuição, para, assim, eleger a que melhor a que se adequa ao seu plano de negócio.

Plataformas de eCommerce open source: é um sistema de eCommerce, geralmente desenvolvido por comunidades abertas de programadores, que disponibilizam o código para download e utilização gratuita. Apesar da utilização ser gratuita, este tipo de plataformas implicam, geralmente, a contratação de serviços associados, como desenvolvimento, alojamento, sistemas de segurança e de pagamentos.

Plataformas de eCommerce on-premises: são plataformas disponibilizadas mediante a aquisição do código fonte ou licença de utilização. Geralmente, proporcionam uma estrutura completamente customizável, em que todo o desenvolvimento é realizado dentro de uma máquina própria ligada a uma estrutura interna. Neste modelo, é responsabilidade da empresa contratante todo o investimento em manutenção e evolução da própria loja. 

Plataformas de eCommerce SaaS: é um sistema de eCommerce completamente desenvolvido, o qual é disponibilizado mediante assinatura e/ou comissão sobre as vendas. Não sendo totalmente customizáveis, a grande vantagem deste tipo de plataformas reside no facto de  assegurarem todas as atualizações de sistema, toda a segurança, bem como, toda a estrutura de hosting de alta disponibilidade e escalabilidade, num modelo de custo transparente e alinhado com o crescimento da operação.

2. Tempo de implementação

A rapidez de implementação da plataforma é outro fator bastante importante a ponderar e, mais uma vez, poderá ter em linha de conta que, dependendo do tipo de plataforma que escolher, o time-to-market pode ser mais curto ou prolongado. E num tempo em que as empresas são obrigadas a dar respostas cada vez mais rápidas para se manterem relevantes para os seus consumidores, pode dizer-se que assumem particular importância as plataformas que assegurem um tempo de implementação mais rápido.

De uma forma geral, plataformas que exijam instalação, configuração de servidores, e grandes customizações em toda a estrutura de eCommerce, implicam um tempo de implementação maior, como, geralmente, acontece com as plataformas on-premises e, algumas vezes, com as plataformas open-source. Por sua vez, as plataformas SaaS, como, assentam num software já instalado, alojado e, previamente, integrado com os principais requisitos de uma operação de eCommerce, tendem a apresentar um tempo de implementação mais curto, permitindo, não raras vezes, que uma loja online possa ser lançada num prazo máximo de 2 a 3 meses.

3. Flexibilidade e Customização

A flexibilidade da arquitetura e a possibilidade de customização de uma plataforma de eCommerce deve ser sempre tida em conta, mais ainda, no caso de negócios com particularidades ou necessidades muito específicas, seja ao nível da experiência de utilizador, seja ao nível da integração com os sistemas já existentes. E, também, a este nível, cada tipologia de plataforma de eCommerce oferece diferentes níveis de flexibilidade e customização.

As plataformas SaaS, como forma de garantir padrões elevados de segurança, escalabilidade e estabilidade, de uma forma geral, não permitem a personalização integral da estrutura de front-end e a customização, mesmo que parcial, do back-end. Certo é que, na maioria dos casos, esta limitação se traduz, no garante do cumprimento das melhores práticas ao nível da otimização para a conversão, sobretudo, nas áreas mais sensíveis da loja online, como é o caso do checkout.

Por outro lado, as plataformas open-source e on-premises, ao permitirem um maior controlo sobre todo sistema, tornam possível a customização, quase integral, do ambiente de comércio digital e a integração à medida com os mais diversos sistemas utilizados. Convém, no entanto, referir que plataformas. altamente. customizadas podem, rapidamente, tornar-se “órfãs” se os fornecedores não suportarem as modificações da organização em versões futuras.

4. Suporte e Manutenção

O suporte técnico, assim como a sua manutenção, são fundamentais para garantir o sucesso de uma loja online que, pela sua natureza, devem estar em perfeito funcionamento 24 horas por dia, 7 dias por semana.

Uma vez que, no caso de se verificar alguma anomalia com a loja online, só será possível voltar a vender depois de corrigido o impedimento, será de extrema importância assegurar um suporte técnico tão rápido quanto possível, o que, no caso das plataformas on-premises ou open-source, passa, na maioria dos casos, por dispor de recursos de TI na própria organização que possam responder a qualquer problema.

Por sua vez, como o alojamento e o núcleo das plataformas SaaS são controlados pelos sistemas e técnicos da própria plataforma, o número de anomalias assinaladas tende a ser consideravelmente inferior, e rapidamente solucionadas quando ocorrem. Este facto, permite aos projetos de eCommerce, assentes em plataformas SaaS, orientar todos os recursos técnicos e humanos para os principais desafios de uma loja online, como a captação de tráfego e a sua conversão em vendas.

5. Segurança

A segurança de uma loja online é um dos aspetos mais sensíveis e valorizado entre os consumidores, que se revelam cada vez mais preocupados com a segurança dos seus dados pessoais. É, por isso, fundamental avaliar os sistemas e protocolos de segurança que o software de eCommerce dispõe, assim como, a forma como é garantida a integridade da rede e alojamento.

Considerando, mais uma vez, o facto de nas plataformas SaaS, o código base ser controlado e protegido pelos recursos da própria plataforma, assim como, o facto de os protocolos de segurança indispensáveis serem disponibilizados nativamente e o alojamento fornecido adotar os padrões mais elevados de segurança, este modelo permite orientar o foco das empresas para o crescimento do negócio.

Já no caso das soluções open-source e on-premise, torna-se responsabilidade das empresas assegurarem o desenvolvimento, integração e alojamento de acordo com os máximos índices de segurança, bem como, a monitorização constante de eventuais vulnerabilidades.    

6. Escalabilidade

O grau de escalabilidade de uma plataforma permite perceber se esta tem a capacidade de acompanhar a evolução e o crescimento do negócio. E, também, neste âmbito, tendo em conta o tipo de plataforma, a sua estrutura pode garantir total elasticidade e adaptação de acordo com a dimensão do negócio, aumentando ou diminuindo a capacidade de forma rápida e sem custos adicionais, como é apanágio das plataformas SaaS.

Este aspeto, é também, muito significativo em períodos com forte oscilação de tráfego, como ocorre nas épocas festivas, ao permitir que qualquer loja desenvolvida neste modelo, consiga responder a centenas de pedidos de encomenda por segundo, sem a necessidade de contratualizar infraestruturas e recursos adicionais.

Por outro lado, os modelos on-premises e open-source tendem a apresentar maior rigidez na evolução, quer pela elevada customização que caracteriza as lojas desenvolvidas nestes modelos, quer pelas infraestruturas e recursos que são necessários contratar, sempre que os níveis de procura aumentam. Esta maior inflexibilidade exige, por isso, um planeamento a longo prazo que permita antecipar todas as necessidades futuras e todos os processos de adaptação que, geralmente, se revelam bastante demorados.

7. Integrações

Outro critério fundamental do processo de seleção da plataforma de eCommerce passa por analisar os níveis de integração que cada uma oferece, relativamente aos sistemas adotados para a implementação, gestão e expansão da operação de eCommerce, nomeadamente, gateways de pagamento, ERP, CRM, WMS, marketplaces, redes sociais e ferramentas de reporting.

De uma forma geral, nas plataformas SaaS, e algumas open-source, a integração com as tecnologias de terceiros mais comuns é desenvolvida pelas próprias plataformas ou pelo seu ecossistema de programadores e disponibilizada na forma de aplicações ou módulos.

Por sua vez, em outras plataformas, maioritariamente open-source e on-premises, é a empresa contratante que tem de assegurar todas as integrações necessárias, o que, geralmente, implica a contratação de serviços adicionais ou recursos qualificados, e, por essa razão, tempo e custo de implementação, significativamente, superior.

8. Facilidade de Utilização

Num contexto em que o comércio eletrónico se torna cada vez mais competitivo, os consumidores tem vindo a  revelar-se cada vez mais exigentes, particularmente, no que à experiência de compra diz respeito. E a este nível, muito pode contribuir o desempenho da plataforma nos mais diferentes domínios, tais como, o design de navegação e a velocidade de carregamento das páginas.

Em relação ao design de navegação, dependerá muito o layout desenvolvido para a loja, sendo que, a este respeito, será importante reter que nem todas as plataformas permitem a customização integral do design de todas as área do site, como é o caso da larga maioria das plataformas SaaS.

Em relação à velocidade, e como é sabido, vários fatores podem influenciar a performance de um site, como a localização do servidor, o tipo de alojamento e o tamanho das páginas. E também aqui, diferentes plataformas, apresentam diferentes resultados. A título exemplificativo, e de acordo com um estudo apresentado pela Selfstartr o tempo médio de carregamento de uma loja Woocomerce situa-se em torno dos 5,28 segundos, de uma loja Magento dos 5,05 segundos, e de uma loja Shoppify dos 1,8 segundos.  

Sendo muito importante ao nível da experiência do consumidor, a facilidade de utilização é, também, fundamental ao nível da sua gestão da própria plataforma, na medida em que, dela depende, muitas vezes, a eficácia operacional e a própria rentabilidade do negócio. E, neste domínio, de uma forma geral, todas as plataformas tem caminhado no sentido de tornarem a sua gestão mais amigável.

9. Marketing Friendliness

Como se sabe, uma loja online pode ter ótimos produtos, uma plataforma avançada e um serviço de logística eficiente, mas será, sobretudo, através das iniciativas de marketing que poderá atrair o principal ativo do negócio: o cliente. E para esse propósito, também, a plataforma de eCommerce pode desempenhar um papel importante.

Desde logo, ao garantir todos os requisitos para um melhor posicionamento nos motores de pesquisa, nomeadamente, através da devida estruturação dos diferentes elementos das páginas, da possibilidade de definir as meta tags, da correta construção dos urls e, ainda, da possibilidade de incorporar um blog. A acrescentar a este importante fator será, também, fundamental garantir uma devida integração com os principais canais de marketing de uma loja online, como as redes sociais, todo o ecossistema Google e os principais provedores de email marketing. Imprescindível será, também, que a plataforma disponibilize todos os mecanismos que permitam implementar um leque alargado de ações promocionais.

10. Atualizações

Para além de todos os pontos identificados, anteriormente, é, também, muito importante ter em conta a frequência com que são disponibilizadas as atualizações ao software e a responsabilidade pela sua operacionalização. Deste fator, resulta, grande parte dos níveis de segurança e estabilidade da própria plataforma.

No caso das plataformas SaaS Cloud, é comum serem feitas mais de 5 000 atualizações ano de forma, totalmente, automática. Além disso, estas plataformas, ao adotarem, maioritariamente, um único código fonte e uma única infraestrutura, permitem que cada loja, por mais pequena que seja, beneficie das mesmas atualizações que as lojas com maior dimensão.

No caso das plataformas on-premise, pelo pagamento da licença de utilização, a loja beneficiará de novas versões, maioritariamente, lançadas anualmente, sendo que a sua instalação é, geralmente, da responsabilidade da loja.  

Escolher a plataforma de eCommerce certa é, sem dúvida alguma, um passo determinante para a eficácia e rentabilidade da sua operação e, nessa medida, para o sucesso do negócio. Plataformas muito simples ou com modelos excessivamente restritos podem condicionar a capacidade de uma organização inovar e oferecer uma experiência diferenciada ao consumidor. Por sua vez, plataformas muito complexas e excessivamente dependentes dos recursos internos tendem a traduzir-se em custos excessivos e alguma paralisia na inovação.

De uma forma geral, para a escolha da plataforma de eCommerce, as organizações devem começar por ter uma visão holística da experiência que pretendem oferecer ao cliente, dos requisitos do seu modelo de negócio, da sua estrutura operacional e dos recursos internos disponíveis. Tendo estes aspetos em mente, deverão ser colocados em análise todos os fatores referidos anteriormente.

Pode parecer uma tarefa árdua e muito complexa, mas com o devido tempo e ponderação é possível encontrar uma solução que tenha a capacidade de se ajustar à dimensão e necessidades de cada negócio.


Tabela comparativa dos modelos de plataformas de eCommerce Open Source, On-Premises e SaaS

Plataformas    

OpenCart

PrestaShop

Magento Open Source

WooCommerce

VirtueMart

Custos    

Sem custos de licença;

Custos de instalação;

Custos com infraestrutura e recursos humanos;

Rapidez de Implementação    

Implementação mais lenta;

Implementação mais complexa;

Atualização    

Atualização menos frequente;

Cliente responsável pela atualização;

Escabilidade    

Exige planeamento a longo prazo e compromisso de recursos para dimensionamento;

Flexibilidade e Customização    

Bastante customizável.

Recursos de TI necessários para a customização.

Plataformas    

Magento Commerce

SAP Hybris Commerce

Oracle Commerce

IBM WebSphere Commerce

Sitecore Commerce

Custos    

Custos de licença;

Custos de instalação;

Custos elevados com infraestrutura e recursos humanos;

Rapidez de Implementação    

Implementação bastante demorada;

Necessidades significativas de hardware e recursos;

Atualização    

AAtualização menos frequente;

Cliente responsável pela atualização;

Escabilidade    

Exige planeamento a longo prazo e compromisso de recursos para dimensionamento;

Flexibilidade e Customização    

Totalmente personalizável;

Necessidades significativas de recursos de TI;

Plataformas    

Shoppify

Vtex

BigCommerce

Salesforce Cloud Commerce

Volusion

Custos    

Sem custos de licença;

Sem custos de instalação;

Custos alinhados com o estágio de crescimento;

Rapidez de Implementação    

Implementação mais rápida;

Fácil de implementar;

Atualização    

Atualização frequente;

Fornecedor responsável pela atualização;

Escabilidade    

À medida que a empresa cresce, as soluções podem ser facilmente ampliadas com pouco tempo e esforço;

Flexibilidade e Customização    

Algumas limitações de customização.

 

OPEN SOURCE
ECOMMERCE

ON-PREMISE
ECOMMERCE

SOFTWARE AS A SERVICE
(SAAS)

Plataformas

OpenCart

Magento Commerce 

Shoppify 

PrestaShop

SAP Hybris Commerce

Vtex

Magento Open Source

Oracle Commerce

BigCommerce

WooCommerce

IBM WebSphere Commerce

Salesforce Cloud Commerce

VirtueMart

Sitecore Commerce

Volusion

Custos

Sem custos de licença;

Custos de licença;

Sem custos de licença;

Custos de instalação;

Custos de instalação;

Sem custos de instalação;

Custos com infraestrutura e recursos humanos;

Custos elevados com infraestrutura e recursos humanos;

Custos alinhados com o estágio de crescimento;

Rapidez de Implementação

Implementação mais lenta;

Implementação bastante demorada;

Implementação mais rápida;

Implementação mais complexa;

Necessidades significativas de hardware e recursos;

Fácil de implementar;

Atualização

Atualização menos frequente;

Atualização menos frequente;

Atualização frequente;

Cliente responsável pela atualização;

Cliente responsável pela atualização;

Fornecedor responsável pela atualização;

Escabilidade

Exige planeamento a longo prazo e compromisso de recursos para dimensionamento;

Exige planeamento a longo prazo e compromisso de recursos para dimensionamento;

À medida que a empresa cresce, as soluções podem ser facilmente ampliadas com pouco tempo e esforço;

Flexibilidade e Customização

Bastante customizável.

Totalmente personalizável;

Algumas limitações de customização.

Recursos de TI necessários para a customização.

Necessidades significativas de recursos de TI;