Erros logísticos: quais são os mais comuns e como deve evitá-los?

7 erros logísticos e como os combater nas organizações

A gestão logística constitui, hoje, um elemento determinante para a solidez, a sustentabilidade e a competitividade dos negócios. Afinal, num contexto pautado pela intensiva digitalização, pelos elevados padrões de exigência dos consumidores e pela crescente centralidade da gestão de risco na supply chain, há um conjunto de erros logísticos comuns que importa antecipar.

De facto, neste quadro, as disrupções nos fluxos das cadeias de abastecimento podem comprometer a continuidade operacional e afetar gravemente os resultados dos negócios. Com efeito, corrigir falhas recorrentes torna-se uma prioridade absoluta, atendendo ao seu impacto sobre fatores-chave como o controlo de custos, o capital reputacional da marca ou a experiência do cliente.

Antes de mais, qual é o impacto das estratégias de gestão logística nos negócios?

Num ambiente comercial inegavelmente pautado pela volatilidade, pela incerteza e pelas exigências relativas ao incremento da eficiência, a gestão logística assume um papel decisivo na criação de valor.

Trata-se, pois, de um alicerce central nas operações organizacionais: da aquisição de matérias-primas à expedição de mercadorias, passando pelo controlo dos níveis de stock ou pela gestão documental associada às atividades comerciais. Por esse motivo, a mitigação dos principais erros logísticos deve concentrar-se nas seguintes áreas-chave:

Eficiência operacional e segurança

A sincronização entre processos permite, desde logo, resolver alguns erros logísticos, por exemplo, reduzir tempos ou otimizar os recursos físicos e humanos da organização. Nesse sentido, a incorporação de tecnologias especializadas — como Warehouse Management System (WMS) ou Transportation Management System (TMS) — incrementa a precisão e a previsibilidade das operações logísticas, reduzindo o risco de incidentes e disrupções imprevistas.

Satisfação do cliente e fidelização

Prevenir erros logísticos consiste, hoje, num exercício fulcral para a proposta de valor das empresas. Afinal, esta é uma área decisiva para a fiabilidade, a fluidez e a satisfação inerentes à experiência de compra, apresentando um impacto notável no reforço da confiança e dos laços de lealdade dos consumidores.

Sustentabilidade e conformidade regulatória

A integração de práticas sustentáveis e de políticas rigorosas de compliance constituem, igualmente, fatores críticos para a otimização da gestão logística. De notar que a negligência das organizações neste domínio é uma ameaça severa a toda a imagem corporativa. Além disso, pode implicar sanções legais e custos adicionais.

7 erros logísticos a combater nas organizações

Apesar da crescente sofisticação que subjaz aos sistemas de gestão e à progressiva digitalização das cadeias de abastecimento, são múltiplos os erros logísticos que continuam a ameaçar as operações diárias das empresas. Estas falhas revelam-se, muitas vezes, interdependentes e cumulativas, exigindo, por isso, uma abordagem sistémica e integrada à sua prevenção.

Analisemos detalhadamente, então, sete dos maiores erros logísticos a equacionar no tecido corporativo:

1. Falhas no planeamento logístico e na previsão da procura

A inexistência de um modelo robusto de previsão das flutuações da procura traduz-se, decerto, num desequilíbrio na gestão de stock. Este fator pode, desse modo, comprometer a capacidade de responder eficazmente aos pedidos dos consumidores e gerar situações de rutura ou excesso de stock.

Como mitigar este erro?

O recurso a ferramentas analíticas preditivas viabiliza um substancial incremento da precisão destas previsões e, portanto, a redução de determinados erros logísticos. Afinal, estas articulam a análise complexa, e em tempo real, dos dados históricos de vendas e de fatores externos (como sazonalidade ou tendências de mercado).

A revisão dinâmica dos modelos de análise e a sua calibração permanente são essenciais para acompanhar a volatilidade do contexto comercial.

2. Gestão ineficaz do inventário e do armazenamento

Neste quadro, falamos de erros logísticos como a falta de visibilidade sobre as várias etapas da cadeia de abastecimento, a alocação ineficiente de mercadorias ou a desadequação do layout de armazém, por exemplo. Estas ineficiências estruturais têm, decerto, consequências claras: perdas materiais, ruturas de stock, quebras de produtividade e atrasos no cumprimento dos prazos de entrega.

Como mitigar este erro?

A implementação de um sistema de gestão de armazenagem especializado, e devidamente configurado para as especificidades do negócio, constitui um passo crítico. Este tipo de solução assegura a rastreabilidade rigorosa das mercadorias, permite o controlo em tempo real dos níveis de inventário e reduz substancialmente o erro humano.

Ademais, torna-se imprescindível explorar indicadores de rotatividade e aplicar metodologias de segmentação — como a análise ABC ou a lógica de “zonas de picking” — para reorganizar os fluxos internos com base em dados. A automação de processos contribui, similarmente, para mitigar erros logísticos e aumentar a fluidez operacional.

3. Subestimação dos custos logísticos e operacionais

A ausência de uma abordagem estruturada e rigorosa de controlo de custos resulta, muitas vezes, numa subavaliação dos encargos logísticos com devoluções, armazenagem, manuseamento ou transporte de mercadorias. Por conseguinte, esta imprecisão afeta negativamente a fiabilidade dos indicadores financeiros, podendo mesmo comprometer as margens do negócio.

Como mitigar este erro?

Para evitar este tipo de erros logísticos, a adoção de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) é fundamental para garantir uma gestão eficiente dos custos. Afinal, estes permitem o mapeamento rigoroso dos valores por produto, cliente ou canal, oferecendo uma visão integrada, e em tempo real, de todas as operações. Esta visibilidade facilita a identificação de ineficiências e a tomada de decisões informadas, otimizando assim a definição de preços e a negociação com fornecedores.

4. Embalamento incorreto ou inseguro

As práticas concernentes ao packagingassumem um papel determinante no desempenho logístico e na integridade das mercadorias. De facto, um embalamento desadequado pode originar danos físicos nos bens, aumentar significativamente os custos de transporte — em virtude de uma má gestão do volume cúbico — e suscitar problemas de conformidade legal.

Nesse sentido, importa encarar o packaging como um elemento estratégico, com implicações diretas na eficiência, na sustentabilidade e na reputação da empresa.

Como mitigar este erro?

A utilização de materiais de embalamento apropriados (ajustados à natureza, fragilidade e dimensão dos itens) é fundamental para assegurar a sua proteção durante o manuseamento e o transporte. Além disso, o recurso a ferramentas de simulação de carga permite antecipar e otimizar a distribuição espacial das unidades de transporte, maximizando a ocupação e reduzindo custos.

As organizações devem, ainda, certificar-se do cumprimento dos requisitos regulatórios e ambientais aplicáveis.

5. Falta de equipamento adequado para a expedição e o manuseio de mercadorias

A ausência de equipamentos especializados para estes processos constitui, decerto, um dos erros logísticos mais críticos, sobretudo em operações de grande volumetria ou maior complexidade. A inadequação das ferramentas e das infraestruturas pode originar danos materiais, dificuldades no carregamento/descarregamento, atrasos operacionais e, acima de tudo, riscos para a segurança dos trabalhadores.

Como mitigar este erro?

Neste âmbito, é fulcral investir na realização de auditorias regulares às infraestruturas logísticas e na renovação do parque de equipamentos, com base em critérios objetivos de desempenho, ergonomia e eficiência energética. Simultaneamente, importa garantir a contínua formação das equipas, assegurando o uso correto e seguro dos equipamentos, em conformidade com as normas de segurança e saúde no trabalho.

6. Ausência de rastreamento em tempo real

Num contexto logístico cada vez mais complexo, acelerado e volátil, os mecanismos de rastreamento das mercadorias em tempo real representam, certamente, um papel estratégico indispensável. Afinal, a falta de visibilidade sobre a supply chain impede a deteção precoce de desvios e limita a capacidade de resposta a disrupções.

De notar que estes erros logísticos se tornam ainda mais nefastos nos setores em que a rastreabilidade dos produtos é mais perentória, caso da indústria farmacêutica ou do setor agroalimentar.

Como mitigar este erro?

A implementação de tecnologias como RFID (Radio Frequency Identification), sensores IoT (Internet of Things) ou sistemas GPS integrados com plataformas cloud-based, por exemplo, permite monitorizar, em tempo real, o estado e a localização das mercadorias ao longo de toda a cadeia logística.

Adicionalmente, importa que as empresas não encarem a rastreabilidade como um recurso meramente reativo. Trata-se, cada vez mais, de uma ferramenta essencial para a otimização preditiva de rotas e para os indicadores de desempenho logístico (KPI).

7. Utilização de tecnologia obsoleta

Inegavelmente, a utilização de sistemas desatualizados e a resistência à adoção de tecnologias emergentes são erros logísticos que limitam a capacidade das organizações para competir num ecossistema digital e orientado por dados. Ferramentas antiquadas geram falhas de comunicação, dificultam a interoperabilidade entre plataformas e perpetuam processos manuais (naturalmente, mais vulneráveis ao erro humano).

Na prática, a obsolescência tecnológica espelha-se na perda de agilidade e na vulnerabilidade relativamente aos desafios logísticos e às exigências do mercado.

Como mitigar este erro?

Acima de tudo, as organizações devem perspetivar a transformação digital da função logística como uma prioridade estratégica e estrutural. Nesse sentido, importa frisar que a adoção de sistemas escaláveis e integráveis — que contemplem as inúmeras potencialidades da inteligência artificial generativa (genAI), a título ilustrativo — é fulcral para a edificação de uma supply chain mais responsiva, resiliente e produtiva.

A prevenção de erros logísticos ao serviço da sustentabilidade das empresas

Evitar erros logísticos recorrentes não se resume, certamente, a uma exigência operacional. Trata-se, sim, de um vetor estratégico central para a construção de cadeias de abastecimento eficientes e alinhadas com os desafios da economia contemporânea.

Num panorama pautado por disrupções frequentes — fruto de instabilidades geopolíticas, alterações regulamentares ou fenómenos climáticos, por exemplo —, torna-se imperativo adotar uma abordagem preditiva, integrada e vanguardista à gestão logística. Com efeito, a escolha de parceiros logísticos experientes é determinante para antecipar riscos e assegurar a execução fluida, segura e rentável das operações.

É precisamente neste domínio que a Rangel se posiciona como um aliado estratégico de referência. Com um conjunto amplo de soluções logísticas integradas, e um conhecimento profundo das dinâmicas comerciais globais, dispomos dos recursos e da inteligência operacional necessários para alavancar as atividades do seu negócio — numa perspetiva de longo prazo e com enfoque na prevenção sistémica de erros logísticos críticos. Contacte-nos!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Supply Chain Brain. “Six Common Logistics Mistakes and How to Avoid Them”. Acedido a 2 de maio de 2025.
Descartes + 3G. “7 Common Mistakes Everyone Makes in Logistics Management”. Acedido a 2 de maio de 2025.
TFI. “Discover the 6 Common Mistakes Businesses Make in Logistics and How to Fix Them”. Acedido a 2 de maio de 2025.